sábado, 21 de abril de 2012

MENSAGEM DE ALERTA




"Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. Não sabemos como dar esses qualificativos aos que julgam "a priori", levianamente, sem tudo ter visto; que não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento indispensáveis. Ainda menos saberíamos dá-los a alguns que, para não decaírem da reputação de homens de espírito, se afadigam por achar um lado burlesco nas coisas mais verdadeiras, ou tidas como tais por pessoas cujo saber, cujo caráter e convicções, lhes dão direito à consideração de quem quer que se preze de bem-educado. Abstenham-se, portanto, os que entendem não serem dignos de sua atenção os fatos. Ninguém pensa em lhes violentar a crença; concordem, pois, em respeitar a dos outros."

O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. (...)".

Allan Kardec foi quem fez essa importante colocação em "O Livro dos Espíritos", Capítulo VIII-Introdução, o que consideramos um alerta para os que, ao se aproximarem do Espiritismo, o julgariam ou o questionariam sem o devido estudo prévio.

Na nossa vida diária como espíritas, acostumamo-nos a conversar com as pessoas que estão se aproximando do Espiritismo e sermos bombardeados por uma série de perguntas, as quais geram respostas que intrigam aqueles que as fazem. Somos da opinião de que, em qualquer crença, as respostas às seguintes questões deveriam ser dadas com muita clareza: "O que somos? De onde viemos? Para aonde iremos? O que é Deus? Devo ser bom? Por quê?..." e assim por diante.

Recorreremos, ainda, às palavras de Bruno Bertocco, em seu livro intitulado "Deus":

"O que toda criatura desapaixonada, equilibrada, sincera e honesta deve fazer, antes de julgar qualquer coisa, de fazer suas críticas a respeito, de negá-la ou aceitá-la, é, inicialmente, adquirir as respectivas informações concernentes à sua existência, aproximar-se para o devido reconhecimento da sua natureza, através da pesquisa e do estudo dos fatores relacionados à sua causa, ou dos fenômenos produzidos pelas forças originárias da parte fundamental, podendo, dessa forma, com conhecimento de causa, tirar suas conclusões, baseadas nos fatos, e formular seu veredicto com justeza, a respeito de tal coisa."

Muitas pessoas aproximam-se do Espiritismo pelos mais variados motivos. No entanto, poucas conseguem perseverar no estudo necessário para entendê-lo: ficam à margem, deslumbrados por alguns de seus aspectos e com grandes dúvidas sobre outros.

É por isso que o Movimento Espírita tem enfatizado, ao longo do tempo, a necessidade da implantação do estudo sistematizado da Doutrina Espírita em cada centro espírita. Lembrando o memorável Herculano Pires (1914-1979), o Espiritismo ainda continua um "desconhecido", e, a maioria, movida pela ânsia de soluções imediatistas, ainda não busca uma nova filosofia de vida, a par de uma explicação para o porquê "do ser, do destino e da dor".

O slogan "Comece pelo Começo", utilizado nas campanhas promovidas pela USE-União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, tendo como figura nos cartazes as obras da Codificação - "O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e O Inferno, e A Gênese" -, pode parecer óbvio. No entanto, constatamos que muitas pessoas que são espíritas, ou as que estão estudando o Espiritismo há algum tempo, não começaram pelo começo; muitas vezes, nem o "O Livro dos Espíritos" chegaram a ler. Ora, não há nada mais aconselhável, se quisermos de fato estudar o Espiritismo: começar pelo começo, e o começo é a Codificação.

Depois de Allan Kardek - o Codificador do Espiritismo -, podemos citar autores importantes, tais como: Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Camille Flamarion, Herculano Pires, Deolindo Amorim, Eliseu Rigonatti, Yvonne A. Pereira, Hermínio C. Miranda, Martins Peralva, Cairbar Schutel, Richard Simonetti e muitos outros, além, é claro, dos autores espirituais Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Manoel Philomeno de Miranda e vários outros.

Há muito para ler e estudar. Assim, torna-se necessária uma boa organização por parte daquele que vai estudar o Espiritismo, para não empregar o tempo de forma equivocada, seja não começando realmente pelo começo, ou mesmo lendo obras "pseudo-espíritas" ou controvertidas, sem pureza doutrinária. Portanto, que cada um possa analisar sua posição, de forma a encontrar o caminho verdadeiramente correto.


Igrejas




“...EDIFICAREI A MINHA Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

-Jesus. Mateus, 16:18

Desde tempos imemoriais, quando o homem sentiu o grito da fé, acompanhou-o o zelo de dar, ao seu totem e mais tarde a seus deuses, os maiores tesouros, enfeitando-lhes o altar e guardando-os sob a sombra de tetos forrados de ouro em linhas grandiosas de caracteres deslumbrantes...

A História fala-nos dos templos faustosos de Silva e Rama e, ainda hoje, deslumbram os pesquisadores a riqueza arquitetônica e a grandeza das igrejas de Heliópolis e Karnac, Tebas e Babilônia, Júpiter e Diana, Salomão e Ceres...

Depois do advento do Cristianismo, não há quem não se fascine ante a imponência da Catedral de Latrão, de Santa Maria Maior, dos afrescos de Miguel Ângelo na Capela Sixtina, das Igrejas Ortodoxas e da Catedral de Westminster...

A Terra continua a ser, com o passar dos tempos, depositária de construções grandiosas de igrejas e altares, para guardar os deuses e os totens de todas as criaturas. Das Igrejas da antiguidade restam ruínas calcinadas pelo tempo, pedras acumuladas, cobertas algumas com mirrados vegetais, em cujos ramos misérrimos cantam os ventos da noite...

As igrejas modernas jazem frias no fátuo dos seus administradores e fiéis, ou embalsamadas pelo orgulho das suas riquezas, sob a frieza das suas pedras impassíveis...

...E Jesus, que construiu a sua Igreja sobre a Verdade, defendeu-a contras as portas do mal que, para ele, jamais estariam abertas.

Vivendo em comunhão com os humildes e sofredores, ergue uma igreja no coração de cada criatura, em cujo interior a Voz de Deus se faria ouvida, através da consciência reta.

Mostrando aos discípulos a Casa de Salomão, “de que não ficaria pedra sobre pedra que não fosse derrubada”, o Mestre ensina, por último, como deve o homem ser o Templo de Deus, forte e poderoso, contra o qual o tempo e a luta são inoperantes e fracos.

Em Sua memória, depois da ressurreição, orava-se ao ar balsâmico da Natureza, em contato com o céu infinito, misturando-se as preces com as vozes inarticuladas de todas as coisas.

Os primeiros tetos humildes e simples eram antes agasalho do que santuários para orações, sendo o trabalho socorrista a prece maior e mais santa, no serviço aos necessitados. Nos seus bancos singelos, sobre o piso humílimo, nas suas improvisadas tribunas, reclinavam-se doentes, aguardando o socorro da caridade, antes que as fórmulas e as disputas verbalistas as modificassem.

Sob a copa das árvores ou sobre o pó dos caminhos, erguiam-se, na assistência fraternal ao necessitado, o altar e o templo, onde, de braços abertos, Jesus era o Sublime Presente, em comunhão com todos.

De toda a Igreja Eterna, que o mal não pode destruir, é sem dúvida a da Verdade, a que o Nazareno, generoso e bom, aludiu, manifestando-se com profunda sabedoria.
Igrejas grandiosas, com odor de vaidade, são sepulcros para o orgulho e a ostentação das almas vãs.

Igrejas de naves resplandecentes são cenários para espíritos triunfadores do mundo.

Igrejas auríferas e suntuosas são quartéis de ociosidade e contemplação.

Igrejas de pedra são símbolos da caridade fria como colunas.

Igrejas enormes e vazias...

A Igreja de Jesus é o Coração da Natureza, seu altar é o Homem.

“Deus que fez o mundo e tudo o que nele se encontra, sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens”, disse Paulo aos atenienses. (Atos 17:24)

O templo que o homem ergue, seja, antes de tudo, o teto de agasalho onde o cansado repouse, o aflito dormite e o infeliz encontre a paz. Seja simples e modesto, para que sua ostentação não fira a humildade de quantos o busquem.

Igrejas!... Igrejas!... Desertas e frias!

Igrejas sem crentes...

Crentes sem igrejas...

“Nem em Jerusalém, nem no monte. Dia virá em que o Pai será adorado em espírito e verdade” disse à samaritana o Rabi. 

Meditemos!
De nossa vida e dos nossos atos façamos as colunas sobre as quais, um dia, a Bondade Divina colocará o teto do seu amor infinito e misericordioso, construindo, para os infelizes, a legítima Igreja do Amor sem limites.

Do livro “À Luz do Espiritismo” – Vianna de Carvalho.

CASA DA MOEDA E ESPIRITUALIDADE





“E, como Pedro, não terei dúvida e responderei também a Jesus:” Senhor, para quem havemos de ir? Tu tens palavras de vida eterna”...
(João, 6:69) E dizer a mim mesmo: “Palavras de vida eterna que me libertam e me iluminam para uma nova vida. Agora! “Para sempre!”.
A rede Record de televisão na passagem da noite para o dia apresenta um programa cujo título é fala que te escuto. Do dia 06 para o dia 07 de setembro colocou em votação uma matéria muito complicada e de difícil explicação: mediunidade ou problemas espirituais. 
Tal pesquisa foi buscada numa historia simulada, em que uma Sra. parecia estar com algum problema mental e não espiritual, ou em último caso ser um espírito obsessor. Opinião minha. É certo que todos nós temos um pouco de mediunidade, mas, para desenvolvê-la é necessário um estudo mais aprofundado.
A prática da mesma não se restringe ao exercício ostensivo da faculdade em si. A mediunidade é o intercâmbio e esse acontece numa via de dupla mão, ou seja, médium e espírito devem operar em perfeita integração.
É um dom divino, vem do alto, isto é, de Deus o grande arquitetador do Universo. Falar sobre todas as doutrinas espiritualistas existentes no mundo é tarefa dificílima, pois seu número é bastante elevado, o que exigiria muito espaço e tempo. 
Quando falamos “em iniciados” de antanho, lembramo-nos logo de Moisés -o alvo das águas do Nilo -segundo narrativa bíblica, Moisés fora educado na corte dos Faraós, tornando-se um grande iniciado daquela época. Seus livros que constituem o chamado Pentateuco deixam transparecer, claramente, que ele era dotado de grandes conhecimentos das ciências secretas, daquele tempo. Os Vedas, Krishna, Buda, Sócrates e Platão foram grandes doutrinadores.
É muito comum se afirmar que ser espiritualista é a mesma coisa que ser espírita ou espiritista. Aqueles que assim procedem dão prova de que desconhecem os fundamentos da doutrina espírita.
É o caso dos integrantes da “Igreja Universal do Reino de Deus S/A”. Há outros que, ao serem interrogados sobre a religião a que pertencem, embora sejam espíritas militantes, vacilam e dão esta resposta: Sou espiritualista. É preciso que se saiba que todo espírita é necessariamente espiritualista, mas nem todos espiritualistas são espíritas.
A Umbanda que dizem pertencer ao Espiritismo, e isso foi ventilado no programa por um telespectador é apenas uma doutrina espiritualista, não possui nenhuma ligação com o Espiritismo. É idólatra, porque adota em seus trabalhos imagem dos chamados “santos”. 
Candomblé, bruxaria, feitiçarias, também não fazem parte da Doutrina Espírita. Querem ferir a integridade de uma doutrina que tem como lema principal fazer o bem sem olhar a quem e trilogia: fé, esperança e caridade. É um insulto simular ou atribuir ao Espiritismo um ataque de uma pedagoga a uma criança, é querer justificar sem dados tudo que existe de ruim no mundo ao Espiritismo.
Homens insensatos, enganadores do povo, casa da moeda e das correntes, seus pastores são chamados de bispos, títulos dado por quem? Seita com mais igrejas que bairros em Fortaleza, comprada à custa de dízimos, afirmações deles. Supostos milagres são vistos no templo. 
Têm soluções para todos os problemas. Como diz o dito popular; macaco nunca olha para o seu rabo. Pergunto: envolvimento com a justiça, obrigados a devolver o dinheiro de “fiéis”. Parecem que criaram uma Academia de lavagem cerebral. Não acuses ninguém, para não serem acusados, já dizia o grande Mestre Jesus.
Cartelizar religião com intuito de arrecadar fortunas, induzir fiéis é crime. A situação porque vivem e passam os brasileiros jamais poderão pagar dízimo, a ninguém, pois correm sérios riscos de morrerem de fome.
Não esqueçam de publicar nos jornais do País o que arrecadaram para socorrer os flagelados da seca no Nordeste.
Não sei porque tanta acusação. Sabemos que existe um só Deus. Aquele que criou o mundo. Ou vocês “bispos” são partidários do deus que o homem criou? 
Fundada pelo “bispo” Edir Macedo em 1977 no recinto de uma antiga funerária, num subúrbio do Rio de Janeiro. Não prega a salvação da alma, e sim, a prosperidade material de seus adeptos. Sua principal ferramenta para arregimentar prosélitos consiste na dualidade demônio-prosperidade, ou seja, bispos e pastores procuram atribuir o capeta à responsabilidade de todas as mazelas que se abatem sobre as pessoas, como por exemplo: fome, doença, ou mesmo insucesso na vida profissional.
Infelizmente o povo brasileiro, pobre de entendimento e rico de necessidades, se deixa levar pela conversa enganosa de líderes religiosos que “vendem” um lugarzinho no Céu em troca de dividendos financeiros, em nada diferindo de alguns políticos desonestos. Só Deus proverá. Assim seja.


Antônio Paiva Rodrigues

O Discurso de Estevão - Haroldo Dutra Dias

QUEM NUNCA OUVIU ATÉ MESMO DENTRO ESPÍRITA, O TERMO “ESPÍRITA-KARDECISTA”?


Kardec não fundou Doutrina alguma. A Doutrina é dos Espíritos, por isso, o termo Espiritismo. Portanto, quando se diz “espírita-kardecista”, logo vem a pergunta: existe o “espírita-não kardecista”? Ora, meus irmãos, dizer por aí: sou “espírita-kardecista” é o mesmo que dizer “estou subindo para cima” ou “entrando para dentro”. É um pleonasmo desnecessário. O Espiritismo não possui ramificações. Portanto, não existe “alto” ou “baixo” Espiritismo, Espiritismo “elevado”, Espiritismo de mesa; muito menos, o termo “kardecismo”. Sabemos que muitos espíritas falam desta forma para não serem confundidos com outras Doutrinas. Porém, esquece-se que para o leigo se existe um “Espiritismo-kardecista”, deve também existir um “Espiritismo-não kardecista”, talvez um “Espiritismo-umbandista” ou um “Espiritismo-candomblecista”, quando sabemos que o Espiritismo é um só: o codificado por Allan Kardec.

Sergio Ribeiro


TIRADENTES E A INCONFIDÊNCIA MINEIRA





Estamos no reinado de D. Maria I, a Piedosa, a qual, escravizada ao seu fanatismo religioso e ás opiniões dos seus confessores, fazia Portugal caminhar para a ruína e a decadência. Era muito preocupante a situação do Brasil. A capitania de Minas Gerais era, na época, a maior fonte de riquezas da Colônia, com as suas minas de ouro e diamantes, o que a tornava o alvo dos ambiciosos.
Todos queriam se apossar das suas riquezas. Os padres queriam o ouro para as suas Igrejas suntuosas. Os magistrados queriam a todo custo enriquecer antes de voltar para Portugal; e os agentes do fisco cumpriam rigorosamente as ordens da corte de Lisboa, que era naquela época uma fonte onde os parasitas da nobreza iam sugar pensões extraordinárias e fabulosas.
Anuncia-se a "derrama"; isto é, cobrança atrasada do imposto do ouro. Em Minas, os brasileiros consideram a gravidade da situação e, achando que o Brasil já tem condições de reger seus próprios destinos, começam a traçar os planos da libertação. Reúnem-se, em Vila Rica, vários nomes já muito conhecidos.: Inácio Alvarenga, Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes - Cláudio Manoel da Costa, Tomaz Gonzaga e outros. As primeiras providências consistiam em infiltrar as idéias de liberdade nas outras Capitanias.
Procuram então os nossos irmãos de Pernambuco e de São Paulo, e pedem também o apoio do embaixador da América do Norte em Paris. Mas, nem o embaixador em Paris nem as Capitanias de Pernambuco e São Paulo se interessaram pela idéia. É nesse momento que surge a figura de Joaquim Silvério dos Reis, o qual leva todo o plano ao Visconde de Barbacena, português que, naquela época, ocupava o cargo de Governador de Minas Gerais. Querendo fazer morrer as idéias de liberdade, na sua fonte, o Governador manda imediatamente prender Tiradentes, que se achava no Rio de Janeiro, e também os elementos da conspiração em Vila Rica. Todos são condenados à morte, porém, mais tarde, D. Maria I muda as penas de morte em degredo perpétuo, com exceção de Tiradentes que teria de morrer na forca e seu corpo esquartejado e exposto em praça pública. Conta-nos Humberto de Campos que o mártir da Inconfidência, num gesto de heroísmo, sente uma alegria sincera pela expiação cruel que só a ele fora reservada e entrega o espírito a Deus no dia 21 de abril de 1792 e que, imediatamente após a execução, no momento exato do seu desencarne, Ismael o recebe carinhosamente, dizendo-lhe: " - Irmão querido, resgatas hoje os delitos que cometestes quando, no passado, fostes um cruel inquisidor. (...) Regozija-te pelo desfecho dos teus sonhos de liberdade. (...). Se o Brasil se aproxima da maioridade como nação, ao influxo do amor divino, será o próprio Portugal quem virá trazer até ele os elementos da sua emancipação política, sem ser ás custas do derramamento do sangue fraterno". ( Xavier, Francisco Cândido, 1996 p.122) A seguir, foi ele transportado por espíritos superiores que não lhe permitiram assistir à cena do esquartejamento. Daí a alguns dias, a rainha d. Maria I enlouquecia, ferida pelo remorso. Ela havia sido uma rainha muito cruel. Com muita freqüência e tranqüilidade, assinou várias sentenças de morte.
Daí por diante, os brasileiros não têm outro pensamento a não ser a Independência, mas o predomínio dos portugueses, desde a Bahia até o Amazonas, representava sério obstáculo. Os mensageiros de Ismael se multiplicavam em todos os setores visando conciliar a todos, com a finalidade de preservar a unidade territorial do Brasil. A equipe espiritual se reúne no Colégio de Piratininga, sob a direção de Ismael.
Ali se encontram heróis das lutas maranhenses e pernambucanas, mineiros e paulistas. Nessa ocasião, Ismael dirige a todos a sua palavra cheia de ponderação e ensinamento, e encerra a sua alocução, dirigindo-se a Tiradentes, dizendo: " - O nosso irmão martirizado há alguns anos pela grande causa, acompanhará D. Pedro em seu regresso ao Rio e, ainda na terra generosa de São Paulo, auxiliará o seu coração no grito supremo da liberdade". ( Xavier, Francisco Cândido, 1996 p.158).
Conforme a promessa de Ismael a Tiradentes no momento supremo do seu sacrifício, alcançamos a Independência, sem o derramamento de sangue. Bastou um grito às margens do Ipiranga: "INDEPENDÊNCIA OU MORTE". Tivemos a Independência, mas não tivemos a morte. Informa-nos ainda o autor espiritual que, quando D. Pedro dava o grito que nos tornava uma nação livre, não suspeitava que naquele momento ele era um dócil instrumento de um emissário invisível, que velava pela grandeza da nossa pátria: o nosso mártir e herói TIRADENTES.


A Missão do Brasil como Pátria do Evangelho Célia Urquiza de Sá

Céu e Inferno Íntimos


“Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos.” - Paulo


Dia destes, conversando com um amigo, ele me dizia de seu estado.
Sabemos todos que em estados ansiosos as pessoas se tornam repetitivas, ele não seria diferente.
Talvez estivesse nisso, um dos cravos que o afivelassem ao problema, num sentido próprio de não o deixar ver mais claramente as repostas que certamente lhe facilitariam  o tratamento.
Meu amigo, tem como característica o muito emprego da gírias, aliás eu também as uso em profusão no dia a dia.
Talvez por isso ele me compreenda melhor do que a outros amigos em comum que temos.
Dizia-me ele: 
"Cara, tô mesmo de "bode". (expressão muito utilizado por um tempo para diagnosticar um estado aflitivo ou de mau humor).
Veja que parece que tudo em que toco, se transforma em titica, quem sabe não seja eu como aquele personagem que tudo transformava em ouro?"
ele não se dava conta do imenso humor que se traduzia em sua frase.
"Mano", não consigo falar um tico com minha patroa ou com meus fiolhos, falta paciência, me irrito, não consigo "ficar na minha".
Continuava então a relação de suas desditas, não se dando conta de que, entremeadamente, as repetia da mesma maneira ou pelo uso de sinônimos.
Eu, "na minha', a tudo escutava. A princípio sem saber que rumo dar aos tantos pensamentos que me assomavam a tela mental, mas depois de uns minutos de escuta atenta, atalhando ao meu "maninho", lhe perguntei:
"Gente boa", você, não sabe que no seu estado você fica muito mais vulnerável à ação de Espíritos que lhe estejam afins ao estado em que você esteja?
ele, que gostava de conversar sobre assuntos da espiritualidade, me olhando reto á aos olhos,  disse:
"Cara, tu é mesmo da onda!" Como não pensei nisso.... Pombas, mas quem estuda esse lance é tu mesmo não eu, mas ai tem mano, ai tem...
E ficou pensativo por uns instantes.
Então, lhe disse, "véio", tens de procurar sempre estar no comando de teus pensamentos, senão "cumpadi", o "bicho" vem e te leva a "caranga" sacou? (bicho é uma gíria que alcunha aos ladrões em geral, nas rodas de criminosos é normal se escutá-la, quando dizem sobre um assalto que farão: "Amanhã eu vou "chegar de bicho" naquele lance").
Amente vazia, "maninho" é oficina do demo!
Saoindo ele daquele estado pensativo,  prontamente ele concordou mas intrigado e depois de repetir outra vez toda a história, me pergunta: Mourinha, tu que sabe das coisas, me diz, como eu faço pra "dar um tempo nessa bagaça"?
bem, respondi eu, basta, a começo, que tentes olhar, com se estivesse fora do lance, tipo p juiz de futebol que vê o Neymar ser derrubado por outro jogador "sacou"?
"Mano", prossegui, é este estado que te vai levar a sacar as coisas, mas sem que sejas derrubado por elas.
Quando deixamos que nossa mente se intrometa a fundo naquilo que passamos, de repente ficamos de "lupa" (gíria para óculos"preta entende?
ele então parecendo mais tranquilo me respondeu: Esse lance é o nosso inferno astral? E eu lhe respondi num átimo: Não mano este lance é o teu inferno interior, motivado pela culpa, ou pelos erros que sabes ter cometidos, entretanto, não podes deles te afastar se te deixas ficar embolado por eles, "valeu"?
Meu amigo então já esboçava um tênue e constrangido sorriso...
Sabe Mourinha, tu é dez!  Se não fosse tu, eu tava danado! Já posso entender o que vou fazer pra "rapar fora" desse lance maldito.
Primeiro vou modificar minha visão, depois tenho de me esforçar pra me segurar quando a dona patroa vier me sentar o porrete, e ela é mirolha mano.
Meu amigo falava sobre a conversa que iria ter com a esposa.
Sempre que se instalava uma discussão mais forte ele saia de casa batendo a porta deixando a esposa sem respostas.
foi quando, eu, aproveitando aqueles pensamentos finalizei  a conversa...
Sabe mano, se e quando você conseguir fazer tudo oque disse que iria fazer, vais te ver no teu céu interior.
Terás resolvido uma porção de pequenas arestas que se faziam gigantes antes mas que eram de fácil conserto.
"Véio", não há grandes problemas, há sim grandes perturbações que não nos deixam acessar as portas que o barbudão lá de cima sempre  coloca para que nelas batamos.
Caracas "mano véio", lá vem tu com esse papo de pastor... Tô fora!
E saindo, antes me dando um grande e amigável abraço, lá se foi meu amigo de tanto tempo, na certeza de que iria ficar "melhor na fita", como ele mesmo disse.
Resumo da ópera, não se pode fazer nada sem que olhemos aos acontecimentos que nos esbroam pela frente, com se meros espectadores fossemos, a intranquilidade, a ânsia, o medo de errar mais, a insegurança nos faz menores do que realmente sejamos e nesse caso, estaremos sempre a queimar em nosso inferno interior, quando de outra maneira, havendo resolvido as pequenas desavenças e erros, estaríamos em nosso céu interior.
Abraços,
Moura