segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Onde está escrita a Lei de Deus? -Resposta: na consciência


         

Em princípio, esta resposta não faz sentido quando observamos a trajetória marcada pela violência que a evolução humana grafou nas páginas da sua história. O bramido das guerras e o gemido dos pobres, que sofrem sob o tacão das elites, denotam o aparente despropósito desta resposta, que, oferecida pelos espíritos, ainda não despertou a devida atenção dos estudiosos da Doutrina.

De que nos tem servido a providência dessa Lei, - nas consciências - se não impede que o mal se propague e se torne, sempre, tão perturbador?

Tentando explicar tal resposta, supõem alguns que esta Lei ainda tornar-se-á conhecida e atuante quando houver o despertar da consciência humana, em consonância com a vontade do Eterno Pai que então nos conduzirá por um caminho de glória e beleza sem precedentes, em contínua evolução até as paragens celestiais.

Ainda aqui se percebe que a Lei em nada contribui para amainar as paixões e vícios humanos, pois somente quando seu espírito se santificar poderá ela ser ouvida e acatada.
Enquanto isso não acontece, o crime campeia solto e sedutor.

Um estudo mais atento das obras espíritas nos mostrará que essa Lei de Deus a que se refere a questão 621 do “Livro dos Espíritos”, não é um conjunto de preceitos morais com o objetivo de conduzir o homem, da violenta selvageria à harmonia da civilização. Na verdade, a Lei, a se expressar através de mecanismos automatizados e justos, que pune os criminosos e educa os ignorantes, está inscrita de forma indelével nas estruturas sutis do perispírito, as quais registram minuciosamente todos os desvios conscientes da criatura em relação à sentença lapidar de Jesus: ” amarás o teu próximo como a ti mesmo”. 

Assim, desde que os profetas da antiguidade e os filósofos humanistas abraçaram a tarefa de ensinar aos homens o caminho da justiça e do respeito ao semelhante, a Divina Lei passa a vigorar na intimidade de cada qual. Na obra “Nosso Lar”, o instrutor espiritual André Luiz comenta que muitas criaturas, mesmo gozando de um corpo físico perfeito, ao desencarnarem alcançam o mundo espiritual com graves lesões ou mutilações, como sejam, as cavidades orbitais vazias, ou ainda, sem as pernas ou os braços.

A prática consciente do mal tem ação demarcada em determinados centros de força responsáveis pela manutenção e a funcionalidade daqueles órgãos ou membros. Ora, vemos claramente a atuação de mecanismos que impõem automaticamente a pena ao malfeitor, independente de qualquer julgamento pelos tribunais do plano astral. No momento do ato criminoso, os ditames da Lei impressionam fortemente as delicadas estruturas conscienciais, imprimindo ali vibrações em desequilíbrio, que demandam o corretivo específico, em função do centro de força lesionado, sendo que este corretivo poderá ocorrer desde a presente encarnação ou nas que se seguirão. 

Concluindo, diríamos que a Lei de Deus está, de fato, escrita na consciência, pois ali se encontram os artigos acusadores da Lei, como também os mecanismos da Justiça, os quais estarão acordes com as palavras de Jesus: “e daí não sairás até que tenhas pago o último ceitil”.  


José Arthur de Oliveira


                                                                                      PAZ, MUITA PAZ!

Disponível em: http://www.forumespirita.net/fe/accao-do-dia/onde-esta-escrita-a-lei-de-deus/#ixzz24ndRkdBr

Como interpretar: O acaso não existe.




Eu ouço muitas vezes a expressão "o acaso não existe", nos meios espíritas, incluindo este fórum.

Na minha perspectiva, uma vez que os espíritas acreditam que Deus é a causa primeira de todas as coisas, portanto das leis da natureza, eliminam de imediato a possibilidade de acaso. Na verdade, o livre-arbitrio do homem está limitado pelas leis da natureza, e nenhuma decisão que este tome podem violar essas leis, permanentes e universais.
Não há acaso porque o universo é organizado, não é um caos. 

A superstição convida-nos a tentar "convencer" Deus a violar as leis da natureza, a nosso favor, mas o principio da imparcialidade de Deus, diz-nos que isso não é possível. Para Deus todos somos igualmente importantes. Qualquer favor seria uma preferência.

A acção de Deus nós não conhecemos, porque não o podemos compreender, uma vez que não temos capacidade para isso, face ao nosso limitado grau de evolução intelectual, limitação essa ainda aumentada pelo facto de estarmos na carne. Mas sabemos que Deus não elimina o sofrimento físico da Terra, porque se Ele é todo poderoso e imparcial, não havia sofrimento físico na Terra.

Se existem curas espirituais, elas estão previstas nas leis da natureza, e não são excepções à mesma. Pessoalmente tenho sempre grandes dúvidas sobre a credibilidade das curas, pois é uma área que gera muito interesse nas pessoas e que muito facilmente se pode transformar em grande negócio.

Os grandes negócios trazem sempre a tentação da fraude, por parte do curador ou dos que o envolvem. Logo deixo as provas das curas para a ciência. Como espirita, não digo que é possível nem que não é impossível, mas explico sempre a quem me questiona que é uma área pelas quais não ponho as minhas mãos no fogo, de forma nenhuma, porque tudo pode acontecer. E só por as pessoas se dizerem espíritas, nada nos diz que se comportam como tal, ou seja, de forma honesta. 

Os bons espíritos, servidores de Deus, segundo a codificação, de  Allan Kardec, também não nos isentam de sofrimentos físicos. Os esforços deles são no sentido de nos estimular a coragem, a paciência e a resignação. 

Mas nos meios espíritas, muita gente entende que a dureza da vida no planeta Terra, a todos os níveis, e as interferências nocivas dos maus espíritos não chegam. É preciso que os bons espíritos, ao serviço de Deus, garantam que nos chega o sofrimento necessário. É preciso trazer as doenças programadas no perispirito, pois as doenças genéticas e as que apanhamos por outras razões não chegam.

Para mim, a única intervenção dos bons espíritos é na escolha do nosso corpo, se é que isso não é um processo automático. E as doenças, ou são genéticas, ou são contraídas segundo as causas que a ciência vai descobrindo.

Isto porque os animais têm tal qual o mesmo tipo de doenças, não se lhe podendo imputar responsabilidades. É absurdo pensar que as causas das doenças nos animais são diferentes das causas das doenças nos homens, a não ser em algumas doenças mentais. Mas mesmo aí é duvidoso. A depressão, por exemplo, é um estado de desamparo e os animais também podem entrar num estado de desamparo, que pode ser induzido em laboratório. Os medicamentos são todos testados em animais.

A nossa sorte não fica ao acaso, mas é determinada pelo corpo que encarnamos. O local e o meio onde nascemos vai condicionar toda a nossa vida. As doenças que contraímos devem-se à nossa exposição ambiental, aos nossos comportamentos e à hereditariedade. Não ás vidas anteriores. 

A diferença entre as pessoas, no que se refere à doença física, é a forma como lhe reagem (com revolta ou com paciência e resignação). Mas todos estão sujeitos à mesma, de acordo com as mesmas leis biológicas.

A ação dos bons espíritos, no sentido de nos escolher doenças, seria equivalente à acção de guardas prisionais que dessem pancada aos presos para lhes agravar a pena. Quem faz isso não são os guardas, se são pessoas bem formadas, são os outros presos. A cadeia é o castigo, bem como a vida numa planeta de provas e expiações é o castigo.

Então, se Deus permite o sofrimento físico, não nos dispensando dele, porque pode ser um remédio doloroso, não posso acreditar que as suas leis e os bons espíritos o fomentem, para garantir que as suas criaturas sofram mais do que as condições de vida precárias do planeta impõem.  E muito menos que façam isso aos animais.

Por essa razão, considero que as ideias de que os nossos perispiritos que vêm carregados de doenças, bem como a intervenção dos espíritos para levar o ovo a ser aquele que é necessário, não fazem sentido. São supersticiosas e contradizem a ciência. Há relações causa-efeito estabelecidas pelo método cientifico experimental. Para contrariar a ideia de que essas são erradas ou incompletas, é necessário encontrar evidências cientificas e provar isso cientificamente. Caso contrário estamos a dizer ás pessoas que a medicina pode não funcionar, o que pode empurrar as pessoas para curandeiros, ou para desistirem dos tratamentos médicos. Isso sim, pode ser uma falta grave, por parte de quem diz tal coisa. Esta conversa também retira a credibilidade ao espiritismo, nos meios científicos.

Bem hajam


Interpretar corretamente a Bíblia é importante?




JESUS!

Bom tarde! Queridos irmãos.

                 Interpretar corretamente a Bíblia é importante?

Parte 1
Introdução 
A pergunta que dá título a este texto é uma questão que vem tomando os meios espíritas e este artigo visa a mostrar que não existe motivo para perdemos tempo com isso.
Antes de apresentar as razões, vamos conceituar como será usada a palavra Deus neste artigo.
Deus, com "D" maiúsculo para significar Inteligência Suprema do Universo, causa primária de todas as coisas.
Deus, com "d" minúsculo para significar, mentor, guia ou santo etc., ou seja, um Espírito. 
No primeiro mandamento do Decálogo recebido por Moisés está escrito:
"Eu sou o senhor, vosso deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano, porque eu, o senhor vosso deus, sou deus zeloso, que puno a iniquidade dos pais nos filhos, na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e uso de misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos".
O próprio deus de Moisés diz explicitamente que existem outros deuses. 
Como o Velho Testamento se incorporou ao Cristianismo 
Não se tem notícia de Jesus fazendo referência às leis contidas nos cinco livros de Moisés:  Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Estes livros são a base do Velho Testamento.
Há várias passagens no Evangelho em que os doutores da lei (sacerdotes) tentam, sem sucesso, fazer Jesus contradizer estas leis.
Também sabemos que Jesus foi preso, flagelado e crucificado por ação desses mesmos doutores da lei. Eles temiam perder seus privilégios de serem os representantes do deus de Israel.
A pergunta é: Como esses cinco livros vieram e permearam o Cristianismo, sendo que para algumas religiões cristãs são eles considerados mais importantes do que os ensinamentos de Jesus?
Resposta: Tais livros foram incorporados ao Cristianismo, dando origem ao Catolicismo, por influência de Santo Agostinho, incentivado por santo Ambrósio, bispo de Milão, no século V. O argumento utilizado foi: "Para pregar o novo Evangelho, é indispensável conhecer a fundo as Escrituras, que só podem ser bem interpretadas através da fé, pois apenas esta sabe ver ali a revelação de verdades divinas".
Nascia aí a fé não raciocinada. 
Interpretando alguns trechos do Velho Testamento 
Os mencionados livros ensinam um culto a um deus pessoal que quer ser venerado em troca de não castigar e ainda ser "fiel" ao crente, ajudando-o com milagres a resolver casos amorosos, curar doenças e ainda dirimir problemas financeiros.
Em alguns trechos dos cinco livros não há interpretação que os conserte. 
Vejamos:
Deuteronômio, cap. 20, v. 10 a 16: 
- Quando te aproximares para combater uma cidade, oferecer-lhe-ás primeiramente a paz. 
- Se ela concordar e te abrir as portas, toda a população te pagará tributo e te servirá. 
- Se ela te recusar a paz e começar a guerra contra ti, tu a cercarás, e quando o senhor, teu deus, te houver entregado nas mãos, passará a fio de espada todos os varões que nela houver. 
- Só tomarás para ti as mulheres, as crianças, os rebanhos e tudo o que se encontrar na cidade, e comerás os despojos dos teus inimigos que o senhor, teu deus, te tiver dado. 
- Farás assim a todas as cidades muito afastadas, que não são do número destas nações. 
- Quanto às cidades daqueles povos cuja possessão te há de dar o senhor, teu deus, não deixarás nelas alma viva.
Observação:
A única interpretação possível para isto é crime e, ainda por cima, hediondo.
Êxodo:
- Cobrou impostos em dinheiro como condição para que o fiel não sofra flagelo (Êxodo, cap. 30, v. 11 a 16).
- Determinou que todo ouro, prata, objetos de bronze e ferro saqueados na tomada de Jericó passassem a integrar seu "tesouro sagrado" (Josué - Tomada de Jericó, cap. 6, v. 19).
- Fez aliança, exigindo uma arca de ouro (Êxodo, cap. 24, v. 10 a 23); é fiel, castiga, premia e exige fidelidade proibindo alianças com outros deuses (Êxodo, várias passagens).
Observação:
Isto não seria a base para os representantes de deus tornarem seu negócio lucrativo?
Os Espíritos superiores, na tarefa de codificação da doutrina espírita realizada por Kardec, tampouco tentaram interpretar estes livros. E, em O Evangelho segundo o Espiritismo, Kardec apresenta-nos Sócrates como precursor de Jesus e não os profetas.
É certo que o Velho Testamento menciona comunicações entre os homens e os Espíritos. Mas outros livros ditos sagrados de outras religiões também o fazem.
Os espíritas, sabendo que esta comunicação existe, devem se ater em estudá-las para fazer melhor uso delas. Isto é muito mais útil. Sem nenhum desrespeito, é pura perda de tempo ficar fazendo estes estudos bíblicos que não fazem parte dos livros espíritas.
O Espiritismo se propõe a ser uma religião cristã pura baseando-se, quanto ao ensino moral, nos ensinamentos de Jesus. 
A Bíblia é o único livro "sagrado"? 
Não é! A Bíblia só alcança as religiões abraâmicas, tais como o judaísmo e as cristãs modificadas.
Como cristãs modificadas estão os católicos, os protestantes tradicionais, os ortodoxos, os evangélicos etc. Não se inclui aí o Espiritismo.
Elas são modificadas porque a Bíblia que elas adotam acrescentou ao Evangelho de Jesus os textos do Velho Testamento. 
Estes textos, até então chamados lei dos profetas, contêm muita coisa que nada tem a ver com o Cristianismo e deram origem a dogmas inúmeros a ponto de, em algumas delas, se dar a eles um valor maior do que os ensinamentos do próprio Jesus.
Outros povos têm também seus livros ditos sagrados.
Um exemplo disto é o Hinduísmo com o livro dos Vedas.
Como a Bíblia, é dito que o livro dos Vedas também foi inspirado por deus.
Em sendo Deus único, seria natural que ambos - Bíblia e Vedas - contivessem ensinamentos convergentes.
Ao compará-los, no que diz respeito à gênese do Universo e do homem, temos:
Gênese do Universo:
Segundo a Bíblia:
Dia 1
- Manhã: Criou terra e o céu vazio e escuro.
-Tarde: Criou a luz. Separou luz de trevas.
Dia 2
- Manhã: Criou um firmamento no meio das águas, tendo água do céu e águas de baixo.
- Tarde: Entre as águas de baixo criou o elemento seco: a Terra.
Dia 3
- Criou árvores e plantas que passaram a produzir.
Observação: Como as árvores puderam produzir sem a fotossíntese, visto que o Sol só foi criado na etapa seguinte?
Dia 4
- Criou lumiares no Céu. Sol para o dia. Lua para a noite. As estrelas para o céu.
Dia 5
- Criou peixes nas águas e aves no céu.
Dia 6
- Criou animais domésticos, répteis, animais selvagens.
- Criou o homem e a mulher, à sua imagem.
Dia 7
- Descansou.
Segundo os Vedas: (1)
- O universo é um sonho de Deus (Brama ou Brahma).
- Após um século de Brama (314 trilhões de anos) o universo se dissolve num sonho
em sonhos. Aí recomeça. Ele recompõe-se num novo sonho. 
- É o sonho cósmico de Deus que é um ciclo sem fim de renascimentos e mortes.
- São muitos os deuses hindus que cooperam (intermediários que trabalham sob a coordenação de Brama).
- Shiva e Vishnu principais auxiliares de Brahma. Shiva na criação do Universo e Vishnu na do homem.
- Nosso universo é o sonho cósmico de Shiva.
- Enquanto isso, em outro lugar, há um número infinito de outros universos, cada um com seu próprio deus (outros Shivas?) sonhando o sonho cósmico.  
(1) Referência: blog de Abhilash Rajendran.

             Paulo Artur Gonçalves                             (continua )

PAZ, MUITA PAZ!