quinta-feira, 26 de abril de 2012

PRÁTICAS ESTRANHAS NO ESPIRITISMO


Sabemos de sobejo, que devemos respeitar crenças, preconceitos, pontos de vista e normas de quaisquer pessoas que não lêem pela nossa cartilha doutrinária. Porém, temos deveres intransferíveis para com a Doutrina Espírita. É mister que lhe preservemos os princípios doutrinários com simplicidade e dedicação, sem intolerância, sem radicalismos, mas sem concessões indesejáveis. A orientação, a experiência e a prática dos médiuns mais amadurecidos, como Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, entre outros, têm nos demonstrado, sempre, a necessidade da vigilância com relação à preservação da pureza dos preceitos básicos da Doutrina Espírita.
Observamos atônitos, as muitas discussões estéreis em torno de temas como: crianças índigo; se Chico é Kardec (?); ubaldismos, ramatisismos, cromoterapias, e tantos outros enfadonhos "ismos" e "pias", infiltrados no meio espírita. Aceita-se o poder curador de cristais, sem a menor reflexão  consciente.Confiam, cegamente, nos efeitos das pomadas "mediunizadas", como se essa prática enganosa lhes fosse trazer algum benefício.
Promovem-se, nas tribunas, verdadeiros shows da própria imagem, shows esses protagonizados pelos ilustres oradores, que não abrem mão da vaidosa distinção do Dr. antes dos próprios nomes. Criam-se associações com notáveis profissionais de pretensos "espíritas". Muitos outros se projetam nos trabalhos assistenciais, para galgarem espaços na ribalta da política partidária. Não é de hoje o fenômeno das práticas exóticas nas hostes doutrinárias, fato esse que faz, realmente, a diferença.
Segundo algumas conveniências, propiciam as famosas "churrascadas espíritas", disfarçadas de almoço fraterno, em nome do Cristo (!?), pasmem!
Confeccionam rifas "beneficentes"; agendam desfiles de moda, "de caráter filantrópico", e, o que é pior, cobram taxas para o ingresso nos eventos espíritas, quais sejam: congressos, simpósios, seminários, e, por aí vai...
Há um impulso incontrolável para o universo místico de muitos idólatras, que, talvez, leram alguma "coisinha" aqui, e outra ali, sobre a doutrina espírita e se dizem seguidores convictos, quando, na realidade, nada mais são do que "espíritas de fachada". Os Benfeitores nos advertem que cabe, a nós, a obrigação intransferível de defender os ensinamentos de Allan Kardec, seja pelo exemplo diário do amor fraterno, seja pela coragem do debate elevado.
Muitas pessoas têm escrito para o meu e-mail, insistindo no tema - apometria. Informo-lhes, freqüentemente, que a teoria e a prática da técnica apométrica (e suas leis) estão em pleno desacordo com os princípios doutrinários codificados por Allan Kardec. Jamais aconselharíamos incluir a apometria no corpo do Departamento Doutrinário e Mediúnico das Casas Espíritas.
Sobre essa estranhíssima prática, lamentavelmente, encruada por estas bandas do Centro-Oeste, indagamos aos experts, por que os Espíritos não nos revelaram tal proposta "terapêutica”!(), quando tiveram, à sua disposição, excelentes colaboradores médiuns, ao longo do século XX? Não basta se afirmar "espírita", nem, tampouco, se dizer "médium de qualidade", se essa prática não for exercida conforme preceitua a Codificação Espírita.
Respaldados nos estudos sistemáticos que fazemos da Doutrina Espírita -e não dispensamos, de forma alguma, esse hábito- esclarecemos, sempre, que a apometria não é Espiritismo, porquanto as suas práticas estão em total desacordo com as recomendações de "O Livro dos Médiuns". Com essas bizarras práticas, abrem-se precedentes graves para a implantação de rituais e maneirismos, totalmente, inaceitáveis na prática espírita, que é, fundamentalmente, a doutrina da fé raciocinada.
Se a apometria é (como afirmam os cansativos discursos dos líderes dessa prática), mais eficiente que a reunião de desobsessão, por que a omissão dos Espíritos Superiores? Por que eles se calaram sobre o assunto? Curioso isso, não? No mínimo, é esquisito. O silêncio dos Espíritos Superiores é, sem dúvida, um presságio de que tal prática é de mau agouro, e, por isso mesmo, ela é circunscrita a poucos grupos. Não conquistou a aceitação universal dos espíritos, razão pela qual não conta com a anuência das nossas Casas Espíritas sérias.

Percebemos que essas mistificações coletivas superlotam alguns Centros Espíritas, em que seus dirigentes vendem a ilusão da "terapia apométrica", como mestres da hipnose, fazendo com que esses centros se tornem um reduto de fanáticos e curadores de coisa nenhuma, o que é lastimável...
Por subidas razões, devemos estar atentos às impertinências desses ideólogos quixotescos, dos propagadores dessas terapias inócuas, que pensam revolucionar o mundo da "cura espiritual". Até porque, a cura das obsessões não se consegue por um simples toque de mágica, de uma hora para outra, mas é, quase sempre, a longo prazo, não tão rápida como se imagina, dependendo de vários fatores, principalmente, da renovação íntima do paciente.
Como se não bastasse, ainda, entra em cena, no rol das bizarrices doutrinárias, uma tal "desobsessão por corrente magnética". Isso mesmo! Desobsessão (!?)
O uso de energia para afastar obsessores, sem a necessária transformação moral (Reforma Íntima), indispensável à libertação real dos envolvidos nos dramas obsessivos, contradiz os princípios básicos do Espiritismo, pois, o simples afastamento das entidades perseguidoras não resolve a obsessão. O confrade Cauci de Sá Roriz lembra, na Revista O Espírita/DF, no artigo "Desobsessão por corrente magnética. É possível?" que "a proposta da corrente magnética parte de uma base falsa, qual seja, a de que o Espiritismo exista para "atender, na prática desobsessiva, a um grande número de pessoas.”.
Por essas razões, preocupa-nos a introdução, na prática espírita, de mais esse enxerto estranho – a chamada desobsessão por corrente magnética - assunto que ainda mantém sob hipnose muitos espíritas incautos. Repetimos que, sobre o tema, os "Espíritos ainda não enviaram orientação a respeito, por isso, sejamos prudentes!”.
O Cristianismo, com a pureza doutrinária do Evangelho e com a simplicidade de organização funcional dos primeiros núcleos cristãos, foi conquistando lenta e seguramente a sociedade de sua época. Porém, com o tempo, sofreu um significativo desgaste ideológico. Corrompeu-se, por força das práticas estranhas ao projeto de Jesus.
Atualmente, apesar das advertências dos Espíritos e do próprio Allan Kardec, quanto aos períodos históricos e tendências do movimento, os espíritas insistem em cometer os mesmos erros do passado.
Confrades nossos, não conseguindo se adaptar ao Espiritismo, e, conseqüentemente, não compreendendo e não vivenciando suas verdades, vão, aos poucos, adaptando a doutrina às suas fantasias, aos seus limites morais, corrompendo os textos da Codificação, trazendo, para os centros espíritas, práticas dogmáticas de suas preferências místicas. Falta-lhes, no mínimo, o estudo das obras básicas da Codificação Rivailina. Das duas, uma: ou Kardec está sendo colocado em segundo plano, preterido por outras obras não recomendáveis, ou está, totalmente, esquecido - o que é pior.
Mas como evitar esse processo? Como agir, ante os centros mal orientados, com dirigentes perturbados, com médiuns obsidiados, com oradores-estrelas?
Enfim, como agir, diante dos espíritas perturbados e perturbadores? Seria interessante a prática do "lavo as mãos" ou a retórica filosófica do "laissez faire", "laissez aller", "laissez passer"? Devemos deixar que os próprios grupos espíritas usem e abusem do livre arbítrio para, por fim, aprenderem a fazer escolhas corretas e adequadas às suas necessidades? Não nos esqueçamos de que os inimigos, em potencial, do Espiritismo estão mascarados entre os próprios espíritas. Para encerrar nossas reflexões, atentemos para algumas admoestações de Vianna de Carvalho, através de Divaldo Franco, contidas no livro "Aos Espíritas": “O Espiritismo é a grande resposta para as questões perturbadoras do momento”.
A sua correta prática é exigência destes dias turbulentos, pois os fantasmas do porvir ameaçam-no e distúrbios de comportamento apresentam-se com muita insistência, parecendo vencer as suas elevadas aquisições. Por motivos óbvios, "o Espiritismo deve ser divulgado conforme foi apresentado por Allan Kardec, sem adaptações nem acomodações de conveniência em vãs tentativas de conseguir-se adeptos". É a Doutrina que se fundamenta na razão, e, por isso mesmo, não se compadece com as extravagâncias daqueles que, por meio sub-reptício, em tentando fazer prosélitos, acabam por macular a pureza originária da nossa Doutrina Espírita.

Não faltam tentativas de enxertos de idéias e convenções, de práticas inconvenientes e de comportamentos que não encontram guarida na sua rígida contextura doutrinal que, se aceitos, conduzir-nos-iam a sérios problemas existenciais, não fosse a nossa convicção de que o Espiritismo veio para ficar, e que de nada valem essas investidas do mal. Criar desvios doutrinários, atraindo incautos e ignorantes, causa, sem dúvida, perturbações que poderiam, indiscutivelmente, ser evitadas, se houvesse, por parte dos dirigentes, maior rigor na condução dos trabalhos de algumas Casas Espíritas. Repetimos com Divaldo: "Qualquer enxerto, por mais delicado se apresente para ser aceito, fere-lhe a integridade porque ele [o Espiritismo] é um bloco monolítico, que não dispõe de espaço para adaptações, nem acréscimos que difiram da sua estrutura básica.”.
Caríssimos irmãos de ideal, cremos ser indispensável à vigilância de cada espírita sincero, para que o escalracho seitista e sutil da invasão de teses estranhas não predomine no seu campo de ação, terminando por asfixiar a planta boa que é, e cuja mensagem dispensa as propostas reformadoras, caracterizadas pela precipitação e pelo desconhecimento dos seus ensinamentos - como adverte Vianna de Carvalho.



À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA A FUNÇÃO DA DOR



Ergue-se a dor como um fantasma ameaçando as nossas horas mais felizes.

Desde o princípio dos tempos, nas mais variadas culturas, a dor sempre foi vista como um castigo dos céus.
E, atualmente, nós espíritas somos vistos como “pessoas tristes, que gostam de sofrer, porque afirmamos ser o sofrimento um degrau para o aperfeiçoamento do espírito, garantindo-nos a felicidade celestial. Por isso aceitamos o sofrimento como uma cruz que devemos carregar, abençoando a oportunidade que Deus nos oferece”.
É importante que desfaçamos esta imagem. Em primeiro lugar não somos “pessoas tristes”, talvez tentamos ser “pessoas mais responsáveis” porque aprendemos com a Doutrina Espírita a valorizar a Vida e o Tempo que nos é dado a viver, não desperdiçando-o, portanto, em alegrias e ilusões fugazes.
Em segundo lugar, compreendemos a função da dor, não como castigo, mas como fator de reajuste diante das leis divinas do Amor, Justiça e Caridade as quais violamos através de nossas múltiplas vidas.
Vejamos o que nos diz Leon Denis no livro “O problema do Ser, do Destino e da Dor”:
“Fundamentalmente, considerada, a dor é uma lei de equilíbrio e educação...” “O sofrimento não é, muitas vezes, mais do que a repercussão das violações da ordem eterna cometidas; mas, sendo partilha de todos, deve ser considerado como necessidade de ordem geral, como agente de desenvolvimento, condição do progresso. Todos os seres têm de, por sua vez, passar por ele. Sua ação é benfazeja para quem sabe compreendê-lo...”
“Epicteto dizia: “As coisas são apenas o que imaginamos que são.”
“Assim, pela vontade podemos domar, vencer a dor ou, pelo menos, fazê-la redundar em nosso proveito...”...”
“A idéia que fazemos da felicidade e da desgraça, da alegria e da dor varia ao infinito segundo a evolução individual.
A alma pura, boa e sábia não pode ser feliz à maneira de uma alma vulgar. O que encanta uma, deixa a outra indiferente...” “É muito difícil fazer entender aos homens que o sofrimento é bom...”
Para quebrar o estreito círculo do individualismo, “para que todas as virtudes se expandam à luz, é necessária a dor. A tristeza e o sofrimento fazem-nos ver, ouvir, sentir mil coisas, delicadas ou fortes, que o homem feliz ou o homem vulgar não podem perceber”.
E, parece-nos que a moderna psicologia confirma tais conceitos, porquanto, há dias, no jornal “O Globo”, lemos um artigo assinado por duas psicólogas – Dras. Lenise Brandão e Maria Belas, ambas com especialização em psicoterapia e atualização em tanatologia e psico-oconlogia, e do qual assinalamos os seguintes trechos:
“Até hoje nos habituamos a pensar a doença apenas em sua negatividade, como algo que de súbito nos ataca, desorganizando nossa vida. Desta forma, colocamo-nos como vítimas do destino e aguardamos que um profissional restabeleça a nossa saúde, intervindo de fora em nosso organismo.
Em outras palavras, não assumimos a responsabilidade pelo nosso adoecimento nem nos comprometemos realmente com a nossa cura. Uma nova proposta visa a resgatar a positividade da doença, na medida que esta passa a ser encarada como uma possibilidade de REFLEXÃO E REORGANIZAÇÃO...” 
“Muitas vezes a doença força uma parada no ritmo acelerado, na rotina quase mecânica do nosso dia a dia. E com essa parada nos damos tempo para pensar e nos questionar em pontos importantes de nossas vidas que haviam ficado esquecidos ou vinham sendo protelados. Parece mesmo que quanto maior a gravidade da doença e a sua às nossas vidas, mais profunda é a nossa reflexão e mais nos tornamos abertos a realizar mudanças em nós mesmos, em nossos relacionamentos e em nossa maneira de viver; PASSAMOS A BUSCAR O QUE NOS É ESSENCIAL (grifos nossos)”

“Questões fundamentais emergem: “O que eu fiz na minha vida até agora?”
O que me realizou como pessoa?
O que me fez (ou faz) mal? O que me falta?” Começamos a avaliar a nossa vida ou, melhor dizendo, a maneira como temos conduzido a nossa vida até o nosso momento presente. E é nesse processo de avaliação que podemos começar a entender a nossa doença – não mais como algo estranho tomando-nos de assalto, mas como algo de alguma forma, ligado às nossas experiências, ao que nós vivemos até este momento, às atitudes que mantivemos diante da vida, dos outros e de nós mesmos.”...” E ao entendermos de que maneira participamos do nosso adoecimento, podemos fazer o caminho inverso e participar da nossa cura, não apenas através da escolha consciente do tratamento, mas da reorganização de nossas vidas.
Quando mudamos internamente como pessoas, o que inclui mudança de atitudes, sentimentos, crenças e valores, mudamos a nossa vida, alcançando um nível de bem estar até então desconhecido, o que repercute favoravelmente...” Ao invés de encararmos a doença como nossa inimiga, podemos percebê-la como um sinal de que estamos ultrapassando nossos limites...”

A você que nos lê pedimos que substitua a palavra “Doença” por Dor, porquanto em nós funcionam de maneira idêntica – nos fazem sofrer. E agora indagamos:


Leon Denis tem ou não tem razão?

VAMOS ESTUDAR MAIS A DOUTRINA ESPÍRITA CODIFICADA POR ALLAN KARDEC.

PAGAR O QUE? PARA QUEM?



Somente o desconhecimento dos princípios espíritas pode gerar a idéia de que temos que pagar com sofrimentos, e para alguém, dívidas de existências passadas. Eis o equívoco.O que ocorre é que a existência do espírito é única; as existências corpóreas é que são múltiplas, mas o ser integral é sempre o mesmo. As múltiplas existências corpóreas cumprem a finalidade de estágios de aprendizado, na verdade degraus de aperfeiçoamento.Como estamos todos em aprendizados, cometemos equívocos. Tais equívocos geram conseqüências. Tais conseqüências podem redundar em prejuízos para nós mesmos ou para terceiros. E tais prejuízos devem ser reparados. Isto é das Leis Divinas.Tais reparações nós as devemos à nossa própria consciência, à vida. E, neste processo, podemos nos encontrar em situações aflitivas, decorrentes todas dos equívocos que nos envolvemos.Porém, tudo isso, não se refere a outro ser que viveu noutro tempo e que, aparentemente nenhum vínculo com ele mantemos. Não! Somos nós mesmos que agíamos nesta caminhada de aprendizados e que trazemos nas lembranças e registros, ainda que inconscientes, a necessidade dessas reparações que ora se apresentam na atualidade consciente que estamos vivendo.Assim funciona a Lei da Reencarnação. Os filhos de Deus estagiam em diversas existências corpóreas (visando o próprio progresso, repetimos), habitando países e corpos diferentes, mas a individualidade é a mesma, razão pela qual carrega consigo seu patrimônio moral e intelectual, bem como as reparações devidas aos equívocos praticados com prejuízos para si mesmo ou para terceiros.Então, não se trata de uma questão de pagar, mas de conquistar a paz de consciência. Quando constatamos, antes da presente encarnação, que prejudicamos alguém ou a nós mesmos, solicitamos que a próxima encarnação propicie os mecanismos de reparação.Esses mecanismos podem apresentar-se com a aparência de enfermidades, limitações físicas, dificuldades materiais, obsessões, entre outras.E a visão distorcida sobre os princípios espíritas gera a errônea idéia de que estamos no mundo para pagar... Renascemos simplesmente para dar continuidade ao processo evolutivo. Mas, como ontem (aqui significado existências corpóreas) nos alimentamos em excesso, hoje (atualidade que estamos vivendo da presente encarnação) poderemos estar enfrentando uma forte dor de estômago ou até uma incômoda diarréia, simplesmente como conseqüência imediata da gula. Agora peço ao leitor substituir o exagero da alimentação pelas diversas situações que podem ser imaginadas, em outros exemplos. O exemplo da alimentação é apenas comparativo.Assim também nos prejuízos, de qualquer ordem, causados a terceiros.Criamos vínculos com eles e os trazemos em nós através de conseqüências que também podem ser apresentar com diversas aparências. Isto é apenas a reação de uma ação.E o assunto ainda pode ser ampliado na visão dos aprendizes negligentes.Negligência no passado ou mesmo no presente. Tarefas adiadas, desprezadas, abandonadas... Tudo traz reflexos. Afinal colhemos hoje as ações de ontem e estamos continuamente semeando para o amanhã.Por outro lado, a título de ilustração do assunto, solicito ao leitor considerar também que nem todo equívoco passado pode apresentar-se atualmente através de dificuldades. Muitas vezes, equívocos podem ser reparados através de trabalho e dedicação a causas e pessoas. Isto tudo porque, conforme já sabemos, "o amor cobre a multidão de pecados".


Orson Peter Carrara

Jesus teria sido um agênere?




Uma análise da morte e do sepultamento do corpo de Jesus
 
Se Jesus foi um agênere, por que Ele não se desmaterializou logo após sua morte?! 

Ele teria ficado em uma atitude de fingimento (fingindo-se de morto) durante um tempo enorme após sua morte na cruz?! Posteriormente, teria continuado na mesma “interpretação” após a retirada do corpo da cruz?!  

Note que esse intervalo de tempo não foi pequeno, pois José de Arimatéia, após a confirmação da morte de Jesus, teria se dirigido à sede do Governo de Pilatos, pedindo autorização ao próprio Pilatos para se tornar o responsável pelo corpo de Jesus. O diálogo aparentemente não teria sido muito rápido. De qualquer maneira, após o consentimento do representante romano na Palestina, ele teria retornado ao Gólgota, participando do procedimento de retirada do corpo de Jesus da cruz. Subsequentemente, os discípulos transportam o corpo de Jesus para um determinado local, relativamente distante dali. Em seguida, preparam minimamente o corpo de Jesus e o deixam neste local previamente adquirido (um buraco em uma rocha anteriormente selecionada e adquirida pelos discípulos de Jesus). Só, então, após o fechamento do buraco com uma grande pedra, Jesus teria podido se desmaterializar para manter seu grande “segredo” intacto. 

Admitindo-se essa hipótese do corpo fluídico de Jesus, o Mestre teria realmente agido de maneira a fingir que o seu corpo era de carne como o de qualquer pessoa. Jesus teria realmente evitado que as pessoas se dessem conta da sua verdadeira realidade física na Terra através de uma atitude no mínimo curiosa. De fato, Ele teria chegado ao cúmulo de se fingir de morto por várias horas, sem poder abrir os olhos, sendo retirado de um local, transportado para outro lugar, buscando como um grande ator, dar ao corpo físico as propriedades mecânicas que são observadas nos cadáveres comuns. 

Tal proposta não se coaduna com a elevação do Mestre. Realmente, a hipótese do Docetismo merece, no mínimo, uma cuidadosa precaução. Apesar de admitirmos que, dos inumeráveis problemas da obra de Roustaing, a tese do corpo fluídico é um dos menos ofensivos à Obra de Kardec (o que ilustra como os outros problemas são graves e inadmissíveis dentro da Doutrina Espírita!), uma vez mais, devemos nos lembrar de Erasto (“É preferível rejeitar dez verdades a aceitar uma única mentira”) e questionar criticamente a Obra de Roustaing. Realmente, na melhor das hipóteses, o Docetismo continua sendo uma mera especulação, uma elucubração filosófico-religiosa, sem nenhuma fundamentação em fatos e sem nenhuma contribuição efetiva do ponto de vista doutrinário. E se não há evidência factual (Voltaire já dizia: “Nada mais brutal do que o fato!”), tal ideia não pode ser sequer admitida como hipótese científica, e, se não é ciência, “não pode ser considerada parte integrante da Doutrina Espírita”, como asseverou Allan Kardec ao dissertar sobre “Os Quatro Evangelhos de J.B. Roustaing”.  

A Codificação Kardequiana não se constitui em uma espécie de Reforma, como é o caso da Reforma Protestante, porque o Espiritismo nasceu como Ciência através da análise do fato, que, no caso em questão, é o fenômeno mediúnico das mesas girantes e falantes. A Obra de Roustaing, apesar de mediúnica, não respeita esse tipo de cuidado, apresentando ideias meramente hipotéticas sem nenhum tipo de constatação possível. Seria o caso de se perguntar se Jesus disse que “somos Deuses” e se igualmente afirmou que “tudo aquilo que Ele fizera, nós também poderíamos fazer e muito mais”, por que nunca mais alguém veio ao mundo e ficou aqui como agênere durante um bom intervalo de tempo (de no mínimo três anos, por exemplo)?! Essa e outras perguntas surgem ao se admitir as hipóteses roustainguistas e, depois de tanto tempo, ainda permanecem sem respostas racionais.


           Leonardo Marmo Moreira



Flores de Marcela (Filme Completo)


INTERRUPÇÃO CRIMINOSA – ANENCÉFALOS



As discussões a respeito dos anencéfalos terem ou não o direito de nascer, a cada dia nos traz novas facetas.

Religiosos, médicos, políticos, mulheres que lutam por direitos opinam. Uns contra, outros a favor da interrupção da gravidez em tais casos.

Nada mais oportuno, portanto, do que tornarmos a enfocar a delicada questão do abortamento que, sempre que provocado, e não tendo por objetivo salvar a vida da mãe, é criminoso. Embora a lei humana estabeleça o contrário, a Lei Divina diz que está se matando uma vida.

O embrião não é apenas uma promessa de vida. É uma vida em desenvolvimento, que guarda um viajor da eternidade prestes a iniciar a jornada humana, assim, quando se interrompe artificialmente a gravidez, comete-se um assassinato e, ao mesmo tempo, se fecha a porta da reencarnação para alguém que estava chegando.

Mesmo que a expectativa de vida seja de poucas horas, por que não lhe permitir a experiência?

Nenhuma reencarnação é ocasional. Todas obedecem a um planejamento prévio do Espírito, que deseja e tem necessidades de resgatar débitos do passado e prosseguir na escalada do progresso. Colocar obstáculos a essa meta é, sempre, ferir a Lei Divina, mesmo porque, quem pode garantir o veredicto de poucas horas de vida?

O cérebro é tão complexo que os cientistas trabalham incessantemente para lhe descobrir o funcionamento. Sabe-se que ele é delicado, que pequenos ferimentos ou choques podem danificá-lo de forma permanente e, em sendo danificado, pode-se perder reações, sentidos. No entanto, a literatura médica cita muitos casos de graves lesões cerebrais que não afetaram de forma alguma os pacientes.

No ano de 1935, em Nova Iorque, um bebê viveu 27 dias no hospital Saint Vincent. Sempre pareceu normal e saudável. Ele chorava, comia e se movia. Somente depois de sua morte é que os médicos descobriram que a criança era destituída de cérebro.

Caso mais extraordinário é o relatado pelo doutor alemão Hufeland, um especialista em cérebro, ao realizar a autópsia de um homem paralisado, que fora bastante racional até o momento da sua morte. Ele simplesmente não encontrou o cérebro - somente 310 gramas de água.

Verifica-se assim que, embora o avanço da ciência médica, a cada dia o homem é convidado a admitir que muito tem ainda a aprender, a descobrir.

Dessa forma, o filho que está a caminho, sejam quais forem as circunstâncias em que venha ao mundo, deve sempre ser considerado como alguém que necessita da experiência do retorno. É alguém enviado por Deus para oferecer à gestante a mais elevada de todas as funções: a de ser colaboradora do Criador na obra da Criação.

Quem pode afirmar, sem sombra de dúvida, que o bebê não viverá ou que viverá apenas poucas horas? Quantas vezes a ciência já se equivocou e necessitou rever apontamentos e deduções?

Não seria mais coerente, em casos semelhantes, permitir-se o nascimento e deixar que o fio da vida se rompa, de forma natural, quando estabeleça a Justiça Divina?

É no momento da concepção que o Espírito se une ao organismo em desenvolvimento. A reencarnação começa, pois, no momento em que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide.

Não ignores a presença de Deus na tua vida. Pensa e age sempre com a certeza de que Ele vela por ti e que não caminhas a sós.



Fonte: Redação Momento Espírita

OS ESPÍRITAS E MARIA



Você acha que pelo fato do catolicismo fazer aquela reverência exagerada a Maria, na prática da Mariolatria, citando-a mais do que ao próprio Jesus, represente motivos para pessoas de outras crenças e filosofias, não católicas, obviamente, fazerem restrições a esse espírito que Deus confiou a missão de ser a mãe de Jesus quando encarnado?

Nos segmentos protestantes é muito comum a gente ver aquela reação terrível. Qualquer personalidade do velho testamento é mais importante do que Maria, qualquer personalidade do Evangelho, dos atos dos apóstolos e das epístolas é mais importante que Maria. Pouco se ouve, em uma igreja protestante, a escolha de um trecho do Evangelho, (já que os pastores escolhem a bel prazer o trecho da Bíblia que deve ser o assunto do culto), que tenha alguma citação de Maria.

Inclusive eu tive a infeliz oportunidade de ouvir, certa vez, em Belém do Pará, um pastor maluco, que fazia um programa numa emissora de rádio daquela cidade, conclamar o seu povo a sair à rua para quebrar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, no segundo domingo de outubro, quando se pratica a maior romaria católica do Brasil, que é o Círio de Nazaré, que sempre coloca mais de um milhão de pessoas na rua, numa movimentação religiosa gigantesca.

O fato não se consumou por causa de uma eficiente ação da polícia que agiu, com muita cautela e prudência, no local onde os que “aceitaram Jesus” estavam se reunindo. Se a coisa fosse levada em frente, certamente seria uma tragédia, por irresponsabilidade de um religioso insensato.

E no movimento espírita, como é a relação dos espíritas com Maria?

Em princípio vamos relembrar Chico Xavier, um nome extraordinário que Deus nos privilegiou em fazê-lo encarnar em nosso País e que serviu para todos nós como um exemplo de amor. Chico sempre se dirigiu a Maria com muito respeito, carinho, afeto e devoção. Nunca deixou de ser espírita por causa disso, muito menos de ser médium. Nunca deixou de ser fiel a Kardec, mesmo porque o seu espírito orientador, o Emmanuel, que fora padre em encarnação passada, fez questão de orientá-lo nos primeiros momentos da relação de ambos, quando lhe deu conhecimento da obra que seria passada ao mundo pela sua mediunidade: “Se eu lhe passar algum conceito que lhe deixe alguma dúvida, fique com Kardec”.

Só que no movimento espírita você não encontra, ou encontra muito raramente, esse respeito e consideração a Maria, como Chico teve e como ela merece.

Não estou falando em idolatria nem reverências exageradas, como fazem os católicos, estou falando em respeito e tratamento a um espírito que há dois mil anos esteve aqui, ainda mais na condição de mãe do próprio Jesus, posição que não é pra qualquer um.

Talvez alguns queiram argumentar que ela não valorizou o seu filho o quanto deveria ter valorizado e que, inclusive, ele não dera bola para ela e seus irmãos, naquele momento do Evangelho em que foram chamá-lo, para atendê-los, quando ele respondeu com o: “Quem é minha mãe?

Quem são meus irmãos?”, citação que todo espírita conhece.

E daí? Ela teria que ser a perfeição absoluta? E você, que busca este argumento, por acaso valoriza os seus entes mais próximos o quanto deveriam ser valorizados? Ama-os o quanto deveria amá-los? Não esqueça do ditado popular que todos nós praticamos, em relação aos nossos entes: “santo de casa não faz milagres”, relembrando que quem não os deixa brilhar somos nós mesmos. Como é que poderíamos querer exigir esta perfeição dos outros?

Registramos casos de expositores serem criticados e até afastados de palestras de centros espíritas, pelo fato de terem citado Maria, com o valor que ela merece.

Pessoas são chamadas atenção, em vários centros espíritas, porque proferem preces citando Maria.

Há cobranças a determinados espíritas, pelo fato de terem em suas casas algum quadro na parede com um retrato de Maria ou, principalmente, alguma imagem de uma das inúmeras representações dela.

Acham sempre que essas pessoas não são espíritas ou que estejam enxertando o catolicismo no Espiritismo.

Eu já vi um espírita receber a determinação da diretoria do centro, onde trabalhava, para que retirasse um adesivo da imagem de Nossa Senhora Aparecida do vidro do seu carro.

Por que essas coisas acontecem? Que segurança doutrinária é essa, das pessoas que agem com tanta intolerância?

É claro que um espírita consciente jamais rezará uma “... Santa Maria, mãe de Deus...”, porque ela de fato nunca foi mãe de Deus e sim de Jesus.

Claro, não podemos nos curvar aos equívocos católicos, em que pese encontrarmos, por incrível que pareça, espíritas orando, em alguns centros (poucos, é claro, mas existem) até mesmo o “Credo”, dizendo “creio na “santa” igreja católica, na comunhão dos anjos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna, amém.”

É um absurdo e é coisa de gente que ainda não entendeu o que é o Espiritismo.

Mas daí a tratar o Espírito Maria sem o devido valor, é lamentável.

Temos carinho especial por Paulo de Tarso, muito citado por nós espíritas, que sem dúvida tem o seu valor, por tudo que fez pela difusão do Evangelho. Todavia não podemos desconsiderar que no tempo de Jesus ele ainda era um homem que matava e mandava matar, como fez com Estevão. Maria já era a mãe de Jesus.

Amamos intensamente o nosso querido Emmanuel que, na época de Jesus foi o Senador romano Públio Lentulos. 

Temos carinhos especiais por espíritos que hoje são, de fato, trabalhadores e benfeitores na causa espírita, mas que bem depois de Jesus promoveram atos não muito recomendáveis, quando Maria, há séculos e séculos atrás, já era um espírito de amor.

Será que não dá pra nós espíritas analisarmos com mais carinho a realidade desse espírito?

Não precisa enaltecê-la com aquela conversa de virgindade não, que aquilo ali é uma das maiores bobagens que a igreja já inventou, mesmo porque a presença ou ausência de hímen não tem absolutamente nada a ver com a dignidade ou qualquer influência moral na mulher.

Tratemos a mãe de Jesus pelo menos com o carinho que temos para com a Meimei, a Sheila, a Joanna de Ângelis, Amália Domingos Soler, Maria Angélica e tantos outros espíritos que animaram corpos femininos, com tanto amor e tanta dignidade.

Maria não é patrimônio da igreja católica nem tem qualquer responsabilidade pelo endeusamento que dão a ela.

É simplesmente um espírito evoluidíssimo que deve ser considerado por nós no nível em que está, porque, se foi escolhida por Deus para ser a mãe do próprio Jesus, o bom senso nos demonstra que um valor muito especial ela tem.

Esteja conosco, Maria.



Alamar Régis Carvalho

Artigo reproduzido com autorização do autor