quinta-feira, 8 de novembro de 2012

BATISMO PARA SALVAR-SE

* Se vocês, espíritas, não são batizados, como é que poderão salvar-se? Esta pergunta me foi feita por um amigo em cama. Já houve quem me dissesse que o espírita deve batizar-se, sim, porque até Jesus o foi. A esta pessoa, baseando-me numa argumentação do médium e orador espírita José Raul Teixeira, respondi que, de fato, João Batista batizou Jesus nas águas do Jordão; no entanto, Jesus a ninguém batizou. Demais, os espíritos devemos procurar fazer tudo quanto Jesus fez, e não praticar tudo o que com Ele fizeram os homens porque, senão, neste descompassado, dentro em breve estaremos pregando um nosso semelhante qualquer numa cruz com uma coroa de espinhos.! Outros alegam que o batismo evita que se morra pagão. Ouvi muito esta afirmativa quando eu era criança. Aproveito a oportunidade para explicar que a palavra pagão vem do Latim paganus e não designava, um absoluto, o morador do Pagus, não. Quem informa é o ilustre catedrático paulista Silveira Bueno, católico convicto. Designava aquele que, para não servir na milícia romana, fugia das cidades, ia residir nos campos longe de Roma. Quando o Cristianismo triunfou com a aliança dos líderes políticos com os líderes religiosos, ao tempo de Constantino, século III depois de Cristo, deu-se à palavra paganus uma nova semântica, um novo significado. Desde então pagão seria todo aquele que não desejasse servir nas milícias celestiais, quer dizer, todo aquele que não quisesse pertencer ao Catolicismo. O batismo é um ritual muito mais antigo do que comumente se pensa. Vem dos povos mais antigos, dos gregos, dos egípcios, dos hindus. As religiões tradicionalistas, ainda hoje, às panas do século XXI, insistem em conservá-lo, no que nada temos que ver. É um direito que elas têm e não seremos nós, os espíritas, que iremos cercear o livre-arbítrio de quem quer que seja, desde que não haja prejuízo alheio. Só que a Doutrina Espírita pura e simplesmente dispensa este ritual. Ou qualquer outro ritual também como preces especiais, casamentos religiosos, oferendas ou coisas do gênero. Perdão se me torno repetitivo, porém penso como Napoleão, segundo o qual a mais importante figura da retórica é a repetição. O meu missivista, como ia dizendo, indagava como é que o espírita iria salvar-se pois que não fora batizado. A ele remeti longa cama. E porque talvez algum leitor amigo se defronte com esta mesma questão, atrevo-me sumariar a resposta enviada a ele. Devemos sempre fazer o devido esclarecimento espírita dos assuntos que nos são apresentados. Bem, pessoalmente, para usar de sinceridade, eu não aprecio esta palavra salvação, não. Prefiro a expressão redenção ou libertação espiritual Salvação, a meu ver, no que posso até estar errado, porque sou míope para longe e para perto, seria o oposto de perdição. Como não aceito a idéia de que Deus, definido por Jesus como Amor, deixe perder-se para sempre um só de seus filhos, dou preferência à redenção ou libertação espiritual. Mesmo porque Jesus declarou: Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará João, Cap. 8 vens. 32). O que liberta a criatura do sofrimento, decorrente da violação às leis divinas, é a prática genuína e desinteressada do Bem. É a vivência espontânea da Fraternidade. É a vontade ardente de ver no semelhante um seu irmão voltando ao proscêncio terrestre para progredir, daí ser merecedor de melhores demonstrações de estima e consideração. Nesse contexto, cabem duas palavras acerca do preconceito. Do preconceito racial, por exemplo. Determinado confrade fez um teste com um grupo de espíritas. Cada um dos componentes daquela brincadeira deveria fechar os olhos e imaginar-se sendo assaltado. Depois diria que emoção sentiu se fosse realidade o assalto. O leitor amigo poderá dizer qual foi a cor do assaltante imaginado pelos confrades espíritas envolvidos naquela experiência brejeira, porém muito significativa ! O que liberta a criatura é a Caridade, que, segundo uma definição do Irmão X, escrevendo pelo médium Chico Xavier, é servir sem descanso, é cooperar espontaneamente nas boas obras da comunidade, sem aguardar o convite ou o agradecimento dos outros, é não incomodar aquele que trabalha, é suportar sem revolta as (imitações alheias, auxiliando o próximo a supera-las). O que liberta a criatura da ignorância é a paciente leitura de livros que nos dizem porque vivemos, para onde iremos depois da morte do corpo físico (se é que ele morra, pois em verdade até ele simplesmente se transforma), de onde viemos ames do berço. Contudo, não basta a leitura. É necessária a sua reflexão. Impõe-se a vivência dos seus ensinos. Pois como já reconhecia Daudet, quanta gente há, em cuja biblioteca, poder-se-ia escrever "para uso externo", como nas garrafas das farmácias. Quer dizer, ler por ler simplesmente não vale a pena. Mister se faz modificar o comportamento, ampliar o horizonte cultural, aprofundar a análise do porquê da vida e sobretudo, repito, vivenciar o que os bons livros nos ensinam em termos de crescimento moral e espiritual. O que liberta a criatura de suas imperfeições é o seu desejo de despojar-se de seus vícios morais como a inveja, a cobiça, o ciúme, a ira etc. será, forcejando por ser mais paciente, mais humilde, mais prudente, mais humano diante das dores alheias, mais tolerante diante das falhas da outra pessoa, sem cair na alienação dizendo amém a tudo e a todos, com esta atitude muito cômoda concordando com erronias que não podem de jeito nenhum contar com a nossa anuência. O que liberta a criatura não é o batismo que recebeu em criança ou já adulto ao aceitar esta ou aquela solta religiosa. Não. O que liberta a criatura de seus erros do passado e de suas limitações anuais é este esforço diuturno de observar, na vida diária, tudo quanto o Cristo nos ensinou através da força do exemplo!... Fonte: Atualidade Espírita – Editora O Clarim

REFLEXÕES SOBRE A MORAL DIVINA

Não é raro conhecermos pessoas que, apesar de viverem em condições adversas, em ambientes viciosos, conseguem furtar-se às influências negativas do meio e se destacam na sociedade como homens e mulheres dignos. Há outras que, mesmo depois de terem experimentado uma vida de transgressões, crimes, prostituição e drogas, conseguem se recuperar, tornando-se referência para muitos outros indivíduos. Esses exemplos de superação mostram do que o ser humano é capaz, quando tem fé. No conhecido livro do escritor francês Victor Hugo (1802-1885), Os Miseráveis, também retratado em filme, encontramos a história de um ex-presidiário (Jean Valjean) que, ante um dilema moral, originado de um furto por ele praticado após ganhar a liberdade, foi inocentado pela própria vítima, o caridoso bispo Charles Myriel, atitude que causou um profundo impacto no ex-condenado, motivando-o, daí por diante, a se tornar um homem de bem. Esta obra, embora seja um romance de ficção social, é inspirada na realidade e nos faz refletir sobre a questão filosófica da moral, tratada em O Livro dos Espíritos. 1 A crença inata em um ser superior, comum a todos nós, sugere a existência de uma constituição divina insculpida na alma. Toda vez que infringimos as leis naturais, um juízo secreto nos diz que estamos no caminho errado. Dominados pelas paixões, nem sempre seguimos os ditames desse tribunal interior, ficando sujeitos, depois, ao arrependimento, à expiação e à reparação dos erros cometidos. Do ponto de vista espírita, “a moral é a regra de bem proceder, isto é, a distinção entre o bem e o mal. Funda-se na observância da Lei de Deus. O homem procede bem quando faz tudo pelo bem de todos, porque então cumpre a Lei de Deus”. 2 A infração das leis morais resulta numa sanção imposta pela própria consciência, que se traduz no remorso, sem prejuízo da eventual condenação imposta pela sociedade e suas instituições. O bem e o mal estão relacionados ao comportamento humano ditado pelo livre-arbítrio, pois “a noção de moralidade é inseparável da de liberdade”. 3 Procedendo corretamente, o homem dá mostras de que sabe distinguir o bem do mal. O bem é tudo o que é compatível com a lei de Deus e o mal é tudo aquilo que não se harmoniza com ela. Em resumo: quando fazemos o bem, procedemos conforme a lei de Deus, e quando fazemos o mal estamos infringindo essa lei. Nem todos, porém, se comprazem em fazer o bem, dependendo da evolução do indivíduo e dos valores que cultua. Quando o homem procura agir acertadamente, utilizando a razão e a reflexão, encontra meios de distinguir, por si mesmo, o que é bem do que é mal. Ainda que esteja sujeito a enganar-se, em vista de sua falibilidade, possui uma bússola que o guiará no caminho certo, que é o de colocar-se na posição do outro, analisando o resultado de sua decisão: aprovaria eu o que estou fazendo ao próximo, se estivesse no lugar dele? Esse método de pôr-se no lugar do outro para medir a qualidade de nossos atos é bem eficiente, quando nos habituamos a utilizá-lo, porque o metro de cada um está na lei natural, que estabelece o limite de nossas próprias necessidades, razão por que experimentamos o sofrimento toda vez que ultrapassamos essa fronteira. Por isso, se ouvíssemos mais a voz da consciência, estaríamos a salvo de muitos males que atribuímos a fatores externos ou à Natureza. Deus poderia se quisesse, ter feito o Espírito pronto e acabado, mas o criou simples e ignorante, dando-lhe, assim, a oportunidade de progredir pelo próprio esforço, para que tenha a ventura de chegar ao cume da jornada e exclamar, satisfeito: eu venci! Com o advento tanto do progresso e a consequente proliferação dos grupos sociais, caracterizados por sua diversidade cultural, como também das novas necessidades criadas pela modernidade e pelo avanço da tecnologia, somos tentados a pensar que a lei natural não é uma regra uniforme para a coletividade. Todavia, este modo de raciocinar é equivocado, uma vez que a lei natural possui tantas gradações quantas necessárias para cada tipo de situação, sem perder a unidade e a coerência, cabendo a cada um distinguir as necessidades reais das artificiais ou convencionais. A lei de Deus é a mesma para todos, independentemente da posição evolutiva do homem, que tem a liberdade de praticar o bem ou o mal. A diferença que existe está no grau de responsabilidade, como no caso do selvagem que, outrora, sob domínio dos instintos primitivos, considerava normal alimentar-se de carne humana, a saber: o homem é tanto mais culpado quanto melhor sabe o que faz. À medida que o Espírito adquire experiência, em sucessivas encarnações, alcança estágios superiores que lhe permitem discernir melhor as coisas. Portanto, a responsabilidade do ser humano é proporcional aos meios de que dispõe para diferenciar o bem do mal. Apesar disso, não se pode dizer que são menos repreensíveis as faltas que comete, embora decorrentes da posição que ocupa na sociedade. O mal desaparece à medida que a alma se depura. É então que, senhor de si, o homem se torna mais culpado quando comete o mal, porque tem melhor compreensão da existência deste. A culpa pelo mal praticado recai sobre quem deu causa a ele, porém, aquele que foi compelido, levado ou induzido a praticar o mal por outrem, é menos culpado do que aquele que lhe deu causa. Outrossim, o fato de se achar num ambiente desfavorável ou nocivo à moral, devido às influências dos vícios e dos crimes, não quer dizer que a criatura esteja isenta de culpa, se, deixando-se levar por essas influências, também praticar o mal. Em primeiro lugar, porque dispõe de um instrumento poderoso para superar as circunstâncias infelizes: a vontade. Em segundo, porque, antes de encarnar, pode ter escolhido essa prova, submetendo-se à tentação para ter o mérito da resistência. De outras vezes, o Espírito renasce em um meio hostil com a missão de exercer influência positiva sobre seus semelhantes, retardatários. Por outro lado, aquele que, mesmo não praticando diretamente o mal, se aproveita da maldade feita por outrem, age como se fosse o autor, isso porque talvez não tivesse coragem de cometê-lo, mas, encontrando o mal feito, tira partido da situação, o que significa que o aprova e o teria praticado, se pudesse ou tivesse ousadia para tanto. Enquanto Espíritos, quase todos nos equiparamos, na Terra, a condenados em regime de liberdade condicional, sujeitos, graças à misericórdia divina, a diversas restrições que, muitas vezes, nos são impostas para nos proteger das próprias fraquezas. Assim, podemos dizer que muitos de nós só não praticamos o mal por falta de oportunidade, considerando que nem sempre temos vontade forte o bastante para resistir a determinadas conjunturas, em virtude da ausência de autocontrole. O desejo de praticar o mal pode ser tão repreensível quanto o próprio mal, contudo, aquele que resiste às tentações, com a finalidade de superar-se, tem grande mérito, sobretudo quando depende apenas de sua vontade para tomar essa ou aquela decisão. Não basta, porém, que deixe de praticar o mal. É preciso que faça o bem no limite de suas forças, pois cada um responderá por todo mal que resulte de sua omissão em praticar o bem. Os Espíritos superiores são taxativos em dizer que ninguém está impossibilitado de fazer o bem, independentemente de sua posição, pois que todos os dias da existência nos oferecem oportunidades de ajudar o próximo, ainda que seja por meio de uma singela oração. O grande mérito de se fazer o bem reside na dificuldade que se tem de praticá-lo. Quanto maiores forem os obstáculos para a realização do bem, maior é o merecimento daquele que o executa. Contrário senso, não existe tanta valia em se fazer o bem sem esforço ou quando nada custa, como no caso do afortunado que dá um pouco aos pobres do que lhe sobra em abundância. A parábola do óbolo da viúva, contida em o Novo Testamento, 4 retrata bem tal circunstância. Finalizando, a essência da moral divina pode ser encontrada na máxima do amor ao próximo, ensinada por Jesus, porque abarca todos os deveres que os homens têm uns para com os outros, razão pela qual temos necessidade de vivenciar essa lei constantemente, porquanto o bem é a lei suprema do Universo que nos conduz a Deus “e o mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para nós mesmos [...]”. 5 Reformador Junho2010 1KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 629-646. 2Idem, ibidem. Q. 629. 3DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. P. 3, As potências da alma, item 22, p. 477. 4LUCAS, 21:1-4. 5XAVIER, Francisco C. Ação e reação. 28. ed. 2. reimp. Pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 7, p. 110.

sábado, 3 de novembro de 2012

EXISTE ESPÍRITA CATÓLICO?

Na verdade há o ESPÍRITA, o CATÓLICO-ESPÍRITA e o ESPÍRITA-CATÓLICO. O ESPÍRITA não faz uso de amuletos, patuás, imagens, escapulários, promessas, defumações, não reza repetidas vezes preces prontas, não faz novenas, não acende velas, não manda rezar missas de 7º dia, não batiza, não se casa no templo religioso, não faz uso de bebidas alcoólicas ou qualquer outra droga, é freqüentador e trabalhador da casa espírita e instituições de caridade, ele não fica ocioso porque acredita que “a fé sem obras (úteis) é morta”. Enfim, ele não fica dividido entre duas religiões e se esforça para ser melhor e útil hoje mais do que foi ontem e tentará ser amanhã mais do que foi hoje. O CATÓLICO-ESPÍRITA é o católico simpatizante da doutrina espírita. Frequenta o catolicismo, mas de vez em quando aparece na casa espírita para, por exemplo: tomar “passe”, buscar curas espirituais, cartas consoladoras, etc. Geralmente, quando alcança (ou não) seu objetivo, não aparece mais. O ESPÍRITA-CATÓLICO é freqüentador e trabalhador da casa espírita, mas casa-se na igreja, batiza o filho, usa amuletos, é supersticioso, manda rezar missa de 7º dia quando um ente querido desencarna, faz uso de bebidas alcoólicas, etc. Geralmente, são estes que querem implantar modismos de outras religiões na Casa Espírita. O espírita-católico diz não ser fácil se desvincular dos dogmas e rituais já que freqüentou muito tempo outra religião. Mas, quando se desvinculará? Que testemunho o espírita-católico dá de sua fé na doutrina para outras religiões? Será que não está dizendo, indiretamente, que freqüenta a casa espírita, mas o casamento de verdade, a melhor prece aos desencarnados, etc., é o da outra religião? Por que os protestantes, que se intitulam evangélicos, geralmente cortam o laço com a religião que freqüentavam com mais facilidade que o espírita-católico? É para se pensar já que o espírita lê e estuda mais, segundo estatísticas. Será que o espírita está lendo e não está entendendo ou não está se esforçando para entender? Sem escolher se é espírita ou católico, a doutrina nunca terá "espíritas" de verdade, terá apenas simpatizantes do Espiritismo. Precisamos de adeptos convictos para ajudar a divulgar a doutrina. Como diz Therezinha Oliveira, “o Espiritismo precisa de espíritas que ajudem na renovação das ideias religiosas e não conseguirá isso, se não buscar o que desconhece, se ocultar sempre o que já conhece e ceder sempre aos costumes religiosos tradicionais.” Se continuarmos com um pé cá e outro lá o Espiritismo nunca terá "espíritas" de verdade, mas apenas simpatizantes do Espiritismo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

DOGMAS E MAIS DOGMAS

Enquanto os nossos irmãos protestantes não aceitam sequer a virgindade de Maria, os católicos dia a dia procuram conduzir aquele Espírito a uma categoria mais elevada. Depois de a apresentarem como mãe de Deus e de a subdividirem em tantas nossas-senhoras quantas sejam necessárias aos interesses da Igreja, sob os mais extravagantes nomes, procuram agora convencer-nos, baseados numa lenda, de que Maria subiu aos Céus, tal qual Jesus, com o mesmo corpo apresentado entre nós. Referindo-se a esse culto prestado a Maria em que a colocam em superioridade ao próprio Deus, por, ser a genitora de uma das suas pessoas, disseram-nos os Espíritos que esse culto já ultrapassa ao que a Igreja rende ao próprio Cristo (Roustaing, IV-221); assim, diante dessa tendência do clero para deificar a Virgem como já o fizeram com Jesus, julgamos necessário transcrever o que disseram os Espíritos, quanto à posição espiritual de Maria, extraindo alguns trechos da 3ª edição da obra "Revelação da Revelação": - Maria era Espírito perfeito quando encarnou em missão. Perfeito, relativamente a nós, ao nosso planeta; não o era, porém, com relação aos mundos superiores. Espírito superior, de mui elevada hierarquia espírita, com relação a nós, não tinha ascendido ainda à perfeição sideral. (1-330). - Após uma encarnação fluídica num planeta mais adiantado que a Terra, encarnação sofrida corno consequência de pequenina falta, retomou aquele Espírito o caminho simples e reto do progresso e até hoje o trilha, pois que ainda não chegou ao cume, à perfeição sideral. (1-333). - Conquanto não se ache ainda na categoria dos Espíritos puros, suas atuais encarnações estão de tal forma acima de nossas inteligências, que não podemos fazer ideia do que sejam. Sabemos, porém, que Maria é um Espírito inferior, muito inferior a Jesus. (1-334). - O Senhor estava com Maria, mulher entre todas bendita, por ser, entre todas, Espírito muito puro no desempenho de uma missão na Terra. (1-369). - Recomendando João a Maria e esta aquele, Jesus deu o testemunho da sua solicitude pelos encarnados e homenageou os sentimentos que devem animar os filhos com relação aos pais, sentimentos que devem ligar a grande família humana. (IV-498). Como vemos, apesar do muito respeito e da muita estima que nos merece o elevado Espírito de Maria, ao qual temos recorrido muitas vezes, não podemos concordar com os dogmas da Igreja, dogmas que tendem a fazer da Virgem o que já fizeram com o Cristo, deificando-a igualmente. Nós espíritas também dirigimos preces a Maria, como o fazemos igualmente aos nossos guias e protetores; porém, entre a nossa veneração à Virgem e a outros grandes Espíritos e a divinização que lhe quer dar a Igreja, vai um infinito, um abismo quase igual ao que existe entre a criatura e o Criador, ou entre um planeta e o Universo. Se assim continuarem, dentro de mais alguns séculos já não mais terão a Trindade, visto que se tornará necessário criar um novo termo, no qual possam incluir as atuais três pessoas e mais o Espírito de Maria e talvez mesmo o de João Batista. Até lá, porém, o mundo já estará recristianizado. Os Espíritos já terão levado a verdade a todos os cantos da Terra, e os dogmas já não impressionarão a coletividade. Antônio Wantuil de Freitas Reformador (FEB) Nov 1946

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

KARDEC E INTEGRIDADE


No próximo dia 03 de outubro comemora-se o aniversário de nascimento de Allan Kardec. O IPEAK antecipa sua singela homenagem a esse Mestre tão caro, ressaltando, nas palavras do Dr. Grand, antigo vice-cônsul da França, algumas de suas tantas virtudes.

KARDEC E INTEGRIDADE


 Nada é mais sagrado do que a integridade de nosso próprio espírito.
Ralph Waldo Emerson

Integridade é qualidade do que é íntegro; de uma probidade absoluta; honesto, incorruptível, imparcial.
O homem íntegro não está dividido em si mesmo, e não há nele nenhuma distância entre o pensar, o sentir e o agir, porque ele é uno. O homem íntegro não disputa, pois a sua parte mais importante, que é o espírito, comanda as paixões e as submete à razão e ao bom senso; ele não se agasta com as provocações que lhe chegam do exterior, por que é guiado pela própria consciência, sempre reta.    
A mansuetude que caracteriza o viver de um homem íntegro, é poderosa força de atração, de convencimento. Foi a integridade de Allan Kardec que fez acreditadas as suas obras.
Para ressaltar o caráter daquele que legou ao mundo a Ciência Espírita, e para que aqueles que admiram suas obras possam também conhecer o caráter do homem, nós transcrevemos aqui uma nota de alguém que frequentou seu lar, esteve a observá-lo de muito perto, e que hoje nos possibilita conhecer um pouco mais o ser humano que foi Allan Kardec.
Eis o que diz o Dr. Grand, antigo vice-cônsul da França, em uma nota sobre o Livro dos Espíritos, em sua brochura intitulada: Carta de um Católico sobre o Espiritismo: [1]

“Lendo esta obra sente-se que o autor fala, não apenas como homem convicto, mas como homem de experiência que a tudo observou com uma perfeita independência de ideias. Tudo ali é discutido friamente, sem exageração. Todas as consequências ali são deduzidas de argumentos tão justos que se poderia dizer que a filosofia ali é tratada matematicamente. Quando mais tarde tive a ocasião de ver o Sr. Allan Kardec, e de ler seus outros escritos, reconheci que estava ali o fundo de seu caráter e o próprio de seu espírito. É um homem essencialmente positivo, que não se emociona com nada, e discute os fenômenos mais extraordinários com tanto sangue frio como se se tratasse de uma experiência comum. ‘Para se apreciar de maneira correta as coisas, disse ele, é preciso observar sem entusiasmo, pois o entusiasmo é fonte da ilusão e de muitos erros.’ Ele discorre sobre as coisas do outro mundo como se as tivesse sob os olhos, e no entanto ele não fala delas como inspirado, mas como daquilo que existe de mais natural no mundo. Ele no-las torna, por assim dizer, palpáveis, pois possui, sobretudo, a arte de fazer compreender as coisas mais abstratas; é, pelo menos, a impressão que senti ao ouvi-lo falar, e que muitas outras pessoas, como eu, também sentiram. O caráter dominante de seus escritos é a claridade e o método; se a isto ajuntarmos um estilo que permite lê-los sem fadiga, ao contrário da maioria das obras de filosofia, que exigem penosos esforços para serem compreendidas, não se ficaria admirado pela influência que seu estilo exerceu sobre a propagação da Doutrina Espírita.
A esta explicação, que em poucas palavras julguei importante dar, acrescentarei uma simples observação sobre uma das causas que, na minha opinião, contribuíram poderosamente para dar o crédito de que gozam as obras do Sr. Allan Kardec: é a ausência de todo sentimento de aspereza para com seus adversários. Um homem não se coloca em evidência, como ele o fez, sem suscitar muitos ciúmes, muita animosidade; entretanto, em nenhuma parte se encontra o mínimo traço de rancor ou de malevolência, a mínima recriminação endereçada àqueles dos quais ele poderia se queixar. Desde a minha iniciação no Espiritismo tenho frequentemente tido a ocasião de vê-lo na intimidade, e posso dizer que jamais o vi se preocupar com seus detratores; é como se eles não existissem. Ora, confesso que o caráter do homem não contribuiu pouco para corroborar a opinião que eu tinha concebido em favor da Doutrina, quando li seus escritos. É evidente que se eu tivesse reconhecido nele um homem ambicioso, intrigante, ciumento e vingativo, teria dito que ele mentia aos princípios que professa, e desde então minha confiança na verdade dessa Doutrina teria sido abalada.
Essas reflexões, em forma de parênteses, me pareceram úteis para motivar uma das causas que mais fortemente me levaram a prosseguir, com comprometimento, meus estudos espíritas.
Uma outra circunstância, não menos preponderante, vem se juntar às demais e me explicar, ao mesmo tempo, a profunda indiferença do autor para com as diatribes de seus  antagonistas. Eu estava um dia na casa dele no momento em que ele recebia sua correspondência, muito numerosa como de hábito. Encontrava-se ali um jornal em que notadamente o Espiritismo e ele próprio eram amplamente escarnecidos. Havia também muitas cartas que ele leu igualmente para mim, dizendo: ‘Ireis agora ver a contrapartida, e podereis julgar o que é o Espiritismo.’ Entre as cartas, algumas eram pedidos de conselhos sobre os atos mais íntimos e frequentemente os mais delicados da vida privada. A maioria continha a expressão de indizível felicidade, do reconhecimento mais tocante pelas consolações que se havia encontrado na Doutrina; pela calma que ela havia proporcionado; pela força que ela havia dado nas circunstâncias mais afligentes; pelas boas resoluções que havia feito tomar. ‘O que vedes aqui, me disse ele, se renova quase diariamente. Os autores dessas cartas me são, na sua maioria, desconhecidos, mas eis aqui um, e eu conheço muitos que estão na mesma situação, que sem o Espiritismo se teriam suicidado.
Acreditais que a satisfação de ter arrancado homens ao desespero, ter trazido a paz a uma família, feito pessoas felizes, não me compensa largamente por algumas pequenas e tolas críticas da parte de pessoas que falam de uma coisa sem a conhecer? Acreditais que uma só dessas cartas não compensam, de sobra, algumas maldades das quais fui alvo? Aliás, teria eu tempo de me ocupar com aqueles que zombam? Eu prefiro, bem mais, dar meu tempo àqueles a quem eu posso ser util. Não tenho somente para mim a consciência de minhas boas intenções; Deus, em sua bondade, reservou-me um gozo bem maior, que é o de ser testemunha do bem que a Doutrina Espírita produz; e eu julgo, pelo que vejo, sobre a influência que ela exercerá quando estiver generalizada. Não se trata de uma utopia, pois ela é essencialmente moralizadora; vede por vós mesmo a reforma que ela opera sobre os indivíduos isolados; o que ela faz sobre alguns, o fará sobre cem, sobre mil, sobre um milhão, pouco a pouco, compreende-se.
Ora, supondes uma sociedade penetrada dos sentimentos do dever que vedes expressos nessas cartas; credes que ela não extraísse daí elementos de ordem e de segurança? As cartas que vindes de ouvir são todas de pessoas esclarecidas, mas vede esta: é de um simples operário, outrora imbuído das ideias sociais mais subversivas. Ele figurou, de maneira lamentável, em nossas lutas civis, e havia dedicado um ódio implacável aos que ele acreditava serem favorecidos às suas expensas, e sonhava coisas impossíveis. Agora, que diferença de linguagem! Hoje ele compreende que a passagem pela Terra é uma prova e, buscando um bem-estar muito natural, não pede nada às expensas da justiça. Ele não inveja a felicidade aparente do rico, porque sabe que há uma justiça divina, e que essa felicidade, se ele não a mereceu aqui na Terra, terá terríveis reveses numa outra vida. E por que pensa ele assim? Porque lhe dissemos? Não, mas porque ele adquiriu, pelo Espiritismo, a certeza dessa vida futura na qual não acreditava, e que pôde convencer-se por si mesmo, pela situação daqueles que nela se encontram, e porque seu pai, que o entretinha nessas ilusões veio, ele mesmo, lhe dar conselhos plenos de sabedoria. Ele blasfemava contra Deus, que achava injusto por haver favorecido algumas de suas criaturas; hoje ele compreende que esse mesmo favor é uma prova, e que sua justiça se estende sobre o rico como sobre o pobre. Eis o que o torna submisso à vontade de Deus, bom e indulgente para seus semelhantes, feliz em seu modesto trabalho. Credes que o Espiritismo não lhe prestou maiores serviços do que aqueles que se esforçam para lhe provar que não há nada após esta vida, princípio que tem por consequência que se deve buscar aqui sua felicidade a qualquer preço? Eis, Senhor, o que é o Espiritismo. Aqueles que o combatem é porque não o conhecem. Quando ele for compreendido, nele se verá uma das mais sólidas garantias de felicidade e de segurança para a sociedade, pois não serão os seus adeptos sinceros que a perturbarão.’
Eu confesso que jamais havia encarado o Espiritismo sob esse ponto de vista. Agora eu lhe compreendo o alcance, e lamento aqueles que ainda veem nele apenas um fenômeno curioso de mesas girantes. Eu me perguntava se a doutrina dos diabos e dos demônios, do Sr. de Mirville,[2] poderia dar semelhantes consolações; se ela seria de natureza a conduzir os homens ao bem e à fé religiosa, e se não teria contribuído, ao contrário, mais para os desviar, inspirando-lhes mais medo do que amor, mais curiosidade do que sentimentos bons e humanos.”


[1] O autor faz referência ao Livro dos Espíritos em uma nota, aqui traduzida pela equipe do IPEAK, inserida em sua Carta de um católico sobre o Espiritismo. Kardec recomenda essa brochura na Revista Espírita de novembro de 1860, em Bibliografia.
A brochura do Dr. Grand também consta na relação de obras queimadas no Auto de fé de Barcelona (ver Revista Espírita de novembro de 1861), e está disponível, em francês, no site: www.ipeak.com.br, no link:
[2] O Dr. Grand se refere ao livro do Sr. de Mirville, intitulado: Questões dos Espíritos, publicado em 1855, e que Kardec recomenda em seu Catálogo Racional, na seção: Obras diversas sobre o Espiritismo. (N.T)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Justiça seja feita...


Por André Ariovaldo
 
Se Allan Kardec sofreu a interferência dos Espíritos mistificadores (ver "Mensagens Apócrifas" - Livro dos Médiuns), com todo o seu modo criterioso de analisar as comunicações mediúnicas recebidas na Sociedade Parisiense, o que está ocorrendo então nos dias atuais, onde não se analisam mais as comunicações mediúnicas? O problema não está em sofrer uma mistificação, mas em não perceber o engano. O centro espírita é feito de tijolos. Os Espíritos se atraem ou se repelem, não pelas paredes de uma casa material, dotada de uma placa que a identifica como sendo uma casa espírita, mas sim pelo caráter das pessoas que frequentam esta instituição. Acreditar que por estarmos dentro de um centro espírita, estamos livres da interferência dos maus, é não compreender a relação entre nós e os Espíritos; é agir de forma leviana. As comunicações mediúnicas devem ser analisadas em seu conteúdo, de acordo com a linguagem dos Espíritos, seguindo a advertência do Cristo que nos ensina: "A boca fala, do que está cheio o coração".

Um olhar Espírita: Deus Não Mudou

Um olhar Espírita: Deus Não Mudou: Por Jaci Regis   Fomos convencidos de que um Deus humano, sentado num trono no céu governava tudo. O céu, dentro do siste...

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O mal pode ser um meio de adiantamento?



Lendo A Gênese, Cap III, item 7 temos:

"Entretanto, Deus, todo bondade, Pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que do próprio mal saia o remédio. Um momento chega em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a necessidade de mudar  de  vida. Instruído pela experiência, ele se sente compelido a procurar no bem o remédio, sempre por efeito do seu livre-arbítrio. Quando toma melhor caminho, é por sua vontade e porque reconheceu os inconvenientes do outro. A necessidade, pois, o constrange a melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do mesmo modo que o constrangeu a melhorar as condições materiais da sua existência."
Ex: Em uma encarnação, uma pessoa escolhe ser alcoolatra, pois essa experiência o fará evoluir, pois aprenderá com os revezes dessa situação que o alcool e o vício o estaguinam.

− Pode, um homem, escolher numa encarnação o vício como forma de adiantamento? Ou, ao invés de escolher, a providência o impõe?

Ô, Júlio,
Acho que o texto de A Gênese é bem claro. Sua dúvida não deve vir desse texto...
Só os viciados escolhem o vício. E escolhem de modo gradual, imperceptível, aqui mesmo na Terra.
Pelo que li em vários relatos mediúnicos, o viciado costuma reencarnar após certo preparo no astral. Alguns até pedem para ter deficiências que os impeçam de retomar o vício.
Mas ninguém engana a Lei Divina, nem a si mesmo.  O que mais impulsiona as pessoas a reencarnarem não costuma ser o desejo de reparação, mas o desejo. Sim, o desejo de gozar novamente das sensações físicas. 
Gozar e abusar. 
Por fora, a intenção sincera de melhorar; no fundo, uma saudade louca das sensações que só o corpo físico pode dar.

O Mal é o plano B da Lei de Causa e Efeito. Quem não anda equilibrado, cai pra aprender a se equilibrar. 

A Lei aproveita o material disponível em:

 http://www.forumespirita.net/fe/a-genese/o-mal-pode-ser-um-meio-de-adiantamento/#ixzz25nt3zdLp

O mal pode ser um meio de adiantamento?



Lendo A Gênese, Cap III, item 7 temos:

"Entretanto, Deus, todo bondade, Pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que do próprio mal saia o remédio. Um momento chega em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a necessidade de mudar  de  vida. Instruído pela experiência, ele se sente compelido a procurar no bem o remédio, sempre por efeito do seu livre-arbítrio. Quando toma melhor caminho, é por sua vontade e porque reconheceu os inconvenientes do outro. A necessidade, pois, o constrange a melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do mesmo modo que o constrangeu a melhorar as condições materiais da sua existência."
Ex: Em uma encarnação, uma pessoa escolhe ser alcoolatra, pois essa experiência o fará evoluir, pois aprenderá com os revezes dessa situação que o alcool e o vício o estaguinam.

− Pode, um homem, escolher numa encarnação o vício como forma de adiantamento? Ou, ao invés de escolher, a providência o impõe?

Ô, Júlio,
Acho que o texto de A Gênese é bem claro. Sua dúvida não deve vir desse texto...
Só os viciados escolhem o vício. E escolhem de modo gradual, imperceptível, aqui mesmo na Terra.
Pelo que li em vários relatos mediúnicos, o viciado costuma reencarnar após certo preparo no astral. Alguns até pedem para ter deficiências que os impeçam de retomar o vício.
Mas ninguém engana a Lei Divina, nem a si mesmo.  O que mais impulsiona as pessoas a reencarnarem não costuma ser o desejo de reparação, mas o desejo. Sim, o desejo de gozar novamente das sensações físicas. 
Gozar e abusar. 
Por fora, a intenção sincera de melhorar; no fundo, uma saudade louca das sensações que só o corpo físico pode dar.

O Mal é o plano B da Lei de Causa e Efeito. Quem não anda equilibrado, cai pra aprender a se equilibrar. 

A Lei aproveita o material disponível em:

 http://www.forumespirita.net/fe/a-genese/o-mal-pode-ser-um-meio-de-adiantamento/#ixzz25nt3zdLp

Medo da Morte



Descrição: http://dirceurabelo.files.wordpress.com/2012/09/coroa_de_flores_1cpremium02.jpg
Um homem transitava por estrada deserta, altas horas.


Noite escura, sem luar, estrelas apagadas... Seguia apreensivo. Por ali ocorriam, não raro, assaltos... Percebeu que alguém o acompanhava.

Olá! Quem vem aí? - perguntou, assustado.

Não obteve resposta. Apressou-se, no que foi imitado pelo perseguidor. Correu... O desconhecido também.

Apavorado, em desabalada carreira, tão rápido quanto suas pernas o permitiam, coração a galopar no peito, pulmões em brasa, passou diante de um poste de luz.

Olhou para trás e, como por encanto, o medo desapareceu. Percebeu que seu perseguidor era apenas um velho burro, acostumado a acompanhar andarilhos.

A história assemelha-se ao que ocorre com a morte.

A imortalidade é algo intuitivo na criatura humana. No entanto, muitos têm medo, porque desconhecem inteiramente o processo e o que os espera no Mundo Espiritual.

O Espiritismo é o poste de luz que ilumina os caminhos misteriosos do retorno, afugentando temores sem fundamento e constrangimentos perturbadores.

De forma racional, esclarece acerca da sobrevivência da alma, descerrando a cortina que separa os dois mundos.

Com a Doutrina Espírita aprendemos a encarar com serenidade a morte, que chamamos de desencarnação, porquanto ninguém morre.

Isso é muito importante, fundamental mesmo, já que se trata da única certeza da existência humana: todos desencarnaremos um dia.

A Terra é uma oficina de trabalho para os que desenvolvem atividades edificantes, em favor da própria renovação.

Um hospital para os que corrigem desajustes nascidos de viciações pretéritas.

Uma prisão, em expiação dolorosa, para os que resgatam débitos relacionados com crimes cometidos em existências anteriores.

Uma escola para os que já compreendem que a vida não é simples acidente biológico, nem a existência humana uma simples jornada recreativa. Mas não é o nosso lar. Este está no plano espiritual, onde poderemos viver em plenitude, sem limitações impostas pelo corpo carnal.

Compreensível, pois, que nos preparemos, superando temores e dúvidas, inquietações e enganos, a fim de que, ao chegar a nossa hora, estejamos habilitados a um retorno equilibrado e feliz.

O primeiro passo é o de tirar da morte o aspecto fúnebre, mórbido, temível, sobrenatural... Há condicionamentos milenares nesse sentido.

Existem pessoas que simplesmente se recusam a conceber o falecimento de um familiar ou o seu próprio.

Transferem o assunto para um futuro remoto. Por isso se desajustam quando chega o tempo da separação.

Onde está, ó morte, o teu aguilhão? - pergunta o Apóstolo Paulo, a demonstrar que a fé raciocinada supera os temores e angústias da grande transição, dando-nos a compreensão de que o fenômeno chamado morte nada mais é do que o passaporte para a verdadeira vida.

O Espiritismo, se estudado, nos proporciona uma fé inabalável. O conhecimento de tudo o que nos espera, e a disposição de lutarmos para que nos espere o melhor.

* * *

Um dos maiores motivos de sofrimento no além túmulo, é o apego aos bens terrenos.

Muitas pessoas não aceitam as normas estabelecidas pela aduana do túmulo, que não nos permite levar os bens materiais no momento em que passamos para o outro lado.

Isso demonstra que tais pessoas ainda não entenderam que os bens materiais nos são emprestados por Deus como meio de progresso, e que os teremos que devolver, mais cedo ou mais tarde.

É importante que reflitamos sobre isso, não nos deixando possuir pelos bens dos quais somos apenas usufrutuários.
Um dos motivos de sofrimento dos que ficam, é o fato de não terem se dedicado o quanto deviam àqueles dos quais se despedem.

Por isso, convém que, enquanto estamos a caminho, façamos o melhor que pudermos aos nossos afetos, para que o remorso não nos dilacere a alma depois.


Redação do Momento Espírita, com base no livro

Quem tem medo da morte?, de Richard Simonetti,


 http://www.forumespirita.net/fe/outros-temas/medo-da-morte-44138/#ixzz25o71g9yB

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Eventos e Congressos Espíritas


De: Alamar Régis Carvalho
Para: José Roberto Vieira da Silva
Roberto: Os congressos espíritas tem desenvolvido bem os seus papéis? Tem funcionado mesmo como Congressos? 


ATENÇÃO - Eu não tenho o menor interesse em mandar SPAM para ninguém. Se o seu nome constar do meu banco de dados e não for do seu desejo, por favor, peça-me que retirarei imediatamente. Infelizmente nem todos os sistemas de computadores são perfeitos.
MEUS PROGRAMAS NO YOUTUBE - Os meus programas de televisão estão sendo digitalizados e disponibilizados no Youtube. Inclusive os históricos, com notáveis espíritas que já retornaram à Espiritualidade, além das entrevistas com a "turma da Bahia". Entre no site da Rede Visão e assista. Tem muita coisa muito interessante lá. Veja lá em www.redevisao.net

Encontro Espírita de Poços de Caldas
Novembro de 2012
 
VAGAS LIMITADAS

Aviso aos amigos que pretendem ir a Poços de Caldas, MG, este ano, para que não deixem as suas inscrições para a última hora, por causa do grande problema da limitação de vagas. Ano passado mais de 600 inscrições foram recusadas, por falta de espaço. Vários amigos me pediram para tentar dar um "jeitinho", mas isto não tem sido possível, posto que o número de pessoas de várias localidades que vão até aquela cidade, todo ano, é grande demais. Não se trata de má vontade da Sonia e da coordenação do evento, é falta de espaço físico mesmo. Infelizmente a Prefeitura local ainda não conseguiu concluir as obras de restauração do grande "Cassino" da cidade, que vem se enrolando há mais de 4 anos, ninguém entende porquê, e o evento continua a ser realizado na Urca, não comportando mais de 1.600 pessoas. Este ano vai, novamente, ser maravihoso.
Passo aqui o telefone para a sua inscrição: (35) 3722-3545. 
 
Veja a TV Mundo Maior e TV CEI
Conheça o melhor receptor de satélite
 
Quem está usando está adorando
 
Já que não existe, ainda, uma retransmissora da TV Espírita na sua cidade, a opção é assistir VIA SATÉLITE, que pega em qualquer parte do Brasil.
Você, que já assistia aos programas do Alamar, pela parabólica, durante muitos anos, precisa saber que não é mais possível assistir a esses programas e nem a nova TV Espírita pelo mesmo receptor de satélites antigo que ainda existe em sua casa, porque ele é um equipamento analógico, ultrapassado, que não pega os canais digitais. Pode jogar no lixo, que tem coisa muito melhor.
A TV Mundo Maior/TV CEI é TELEVISÃO DIGITAL, o que significa imagem e som muito melhores do que aquilo que você assistia no passado e ainda assiste nos canais que consegue ver pela sua parabólica atual. Agora não existem mais os chuviscos.
Portanto, para você assistir a este canal agora, é necessário adquirir um novo receptor de satélites para instalar em sua casa, no lugar do antigo. Vai continuar a ver os velhos canais analógicos e poder ver os novos canais digitais, inclusive a TV Mundo Maior/TV CEI, além de outros canais HDTV que tem lá. Não precisa trocar a sua antena parabólica, porque você vai usá-la do mesmo jeito. Basta trocar o aparelho velho pelo novo, na sua estante, ligando os cabinhos atrás e não precisa nem de técnico para isto.
MidiaBoX SHD7050 é o novo aparelho que eu estou vendendo para os meus amigos, comprando aqui em São Paulo, diretamente da fábrica, para sair com um preço bem mais em conta para os amigos, posto que o meu objetivo maior é possibilitar aos maior número possível de pessoas assistirem a TV Espírita. É um equipamento digital, é analógico, é HDTV, é 3D, é DVBS e DVBS2 e ainda permite a você gravar a programação em PEN Drive ou HD externo. Você pode assistir a centenas de canais digitais, inclusive em alta definição, de graça, em sua casa, sem que seja pirataria.
Esta sim, é a verdadeira televisão LIVRE, por um custo de equipamento bem melhor e com muito mais canais disponíveis.
Se você quiser adquirir, entre no próprio site www.redevisao.net e faça a compra lá. Nós enviaremos pelo correio, o equipamento acompanhado, inclusive, por uma chavezinha que vai lhe permitir instalar mais de uma antena, caso você queira, para poder ver inclusive centenas de canais de televisão, gratuitamente, da mais alta qualidade. No mesmo site tem todas as informações sobre o equipamento, inclusive um explicativo completo que coloquei lá para responder a todas as suas perguntas e dúvidas. Leia lá.
 Funciona em todo o Brasil
A Globo dá um show de espiritismo
 Para quem gosta de novela, vale a pena assistir "AMOR, ETERNO AMOR", na Globo, todos os dias, às 6:15 da tarde.
A novela não é rotulada espírita e nem tem qualquer objetivo doutrinário, mas leva as idéias espíritas de uma forma muito bonita, ao grande público, com uma beleza e uma coerência impressionante. Com certeza está mexendo com o público que, certamente, poderá, novamente, correr para os livros e para as casas espíritas, como já aconteceu com outras novelas espíritas. Vale a pena assistir. 

RETRANSMISSÕES DAS MINHAS MATÉRIAS - Várias pessoas, principalmente leitores novos, me tem mandado emails pedindo autorização para retransmitirem às minhas matérias. Informo que não há necessidade deste pedido, posto que todas elas são livres e podem ser retransmitidas, sem problemas. Só peço que citem a fonte e que, pessoas adeptas da cultura do RESUMISMO, não tentem resumi-las. Se for para resumir, sugiro que não as retransmitam. Agradeço pela compreensão.

Eventos Espíritas
Será que estamos fazendo certo?
Que tal a gente trocar algumas idéias?

Quem realiza um evento, seja ele da natureza e do segmento que for, obviamente pretende obter algum resultado com ele, não é verdade?
Ora, isto é óbvio.
Pois é, só que obter resultado não é o suficiente, porque algum resultado todos trazem, o importante, creio eu, é: que o resultado seja o melhor possível.
Caso você veja coerência nisto, vamos continuar a conversar.
Já que estou escrevendo para o público espírita, ou melhor, para os meus amigos espíritas, quero falar dos eventos espíritas.
Será que os eventos espíritas estão sendo realizados para o público certo, falando a linguagem de acordo com o perfil do público para o qual eles se destinam?
Será que os organizadores estão sabendo, por exemplo, estabelecer a diferença entre o conteúdo que deve ser abordado dentro do centro espírita e o que deve ser abordado em um Congresso?
Não quero eu afirmar que algum procedimento esteja certo ou errado, quero apenas que você me acompanhe no raciocínio e tire, você mesmo, com a sua própria cabeça, a sua conclusão.
Façamos um paralelo, tomando um congresso de Medicina, como exemplo:
Eu já falei um pouco sobre isto, mas quero falar de novo, com outra abordagem, para que todos reflitam:

O congresso de Medicina

É um evento voltado para quem?
Para os médicos ou para os pacientes?
Quem está bem informado, sabe muito bem que um congresso de Medicina é voltado para os médicos e não para os pacientes, da mesma forma que um congresso de Engenharia Civil é voltado para os engenheiros e não para as pessoas que desejam comprar casas ou apartamentos, um congresso de Psicologia é voltado para os psicólogos e não para os seus pacientes.
O congresso de Medicina propõe oferecer aos médicos melhores condições de atender aos seus pacientes, passando a eles novas informações, atualização dos seus conhecimentos, aperfeiçoamento das técnicas do exercício da profissão, novas descobertas no campo dos medicamentos e dos instrumentos ambulatoriais, laboratoriais e hospitalares, relatos de novas experiências no exterior, etc.
Surgem as novas máquinas de ressonância magnética de 6 teslas. Maravilha!!!! Que beleza! Agora os médicos poderão ter uma condição de ver com mais detalhes, mais profundidade e mais segurança o que de fato tem no corpo do paciente, o que implica em diagnósticos mais seguros e precisos e, obviamente, maiores acertos e probabilidades de cura. E assim vão diminuindo os índices de mortalidade e aumentando a média da longevidade do homem.
Eles falam das diversas coisas boas que surgem, trazem as boas notícias e terminam fazendo com que diversos médicos, clínicas e hospitais participantes saiam de lá dispostos a atualização dos seus instrumentos, equipamentos e dos seus conceitos, imediatamente.
Mas tem uma coisa: Nos congressos de Medicina, também, discutem-se os problemas e as coisas ruins da prática médica, como a infecção hospitalar, que é uma coisa horrível que mata muita gente, o lixo hospitalar, a fofoca, o envolvimento de médicos com enfermeiras e vice-versa, enfim, congresso médico trata, também, de coisas ruins.
Agora imagine você, se a programação de um congresso médico fosse elaborada por um espírita, do tipo de muitos que eu conheço e você também conhece, o que aconteceria:
Certamente seria abolida das discussões qualquer abordagem acerca de infecção hospitalar, envolvimento de médicos com enfermeiras e outros, sob a seguinte argumentação:
- “Meus irmãos. Não vamos nos preocupar com as coisas ruins, vamos pensar só nas coisas boas. Vamos acalmar os nossos corações e as nossas almas, para que o congresso transcorra tudo em Pazzzzz”
E os corações dos pacientes internados em hospitais com incidência de infecção que se danem.
De repente surge um grande profissional da Medicina, pesquisador, fuçador, experimentador, observador e extremamente criterioso que se dispõe a contestar determinados procedimentos praticados pela maioria dos médicos de uma determinada especialidade, querendo demonstrar que eles não são os mais eficientes e que ele conhece um método bem melhor, comprovadamente eficaz.
Qual seria a decisão da coordenação:
Não vamos dar ouvidos a ele não, meus irmãos, ele é polêmico e não vale a pena abrir espaço no congresso. É preciso que tenhamos muito cuidado com essas novidades que aparecem por aí.
Certamente, por causa da cabeça limitada e congelada de um, todos os outros médicos participantes deixariam de ter uma informação que poderia ser valiozíssima no seu exercício médico e que, por conseqüência, poderia também salvar muitas vidas.
A grande conclusão disto é que o congresso médico serve para os médicos e não para os pacientes, com objetivo de fazê-los melhores preparados no exercício de curar as pessoas. Para isto, discutem o que melhor deve ser feito e também o que não deve ser feito no procedimento médico.

Agora vejamos o congresso espírita

Eles estão sendo feitos para os médicos ou para os pacientes?
Façamos a pergunta de outra forma, ou seja, mais direta:
Eles estão sendo feitos para os trabalhadores da casa espírita ou para os freqüentadores dos centros?
Mas aí, vem alguém com muito “conhecimento” espírita, ou melhor, sempre achando que conhece o Espiritismo mais do que todo mundo, para dizer:
- Alamar, o trabalhador da casa espírita é o mais necessitado de todos, é o que mais precisa de ajuda. Ele não é nenhum privilegiado.
Eu sei disto. Ocorre que os médicos também são seres humanos que adoecem, precisam de atendimento de companheiros de outras especialidades e passam por problemas de saúde também. E daí?
No entanto, os congressos médicos continuam sendo destinados aos médicos e não aos pacientes.
Meus amigos: a grande realidade é que muitos congressos e grandes eventos espíritas são formatados como se fossem os próprios centros espíritas, falando exatamente a mesma coisa, com a única diferença de ser em local maior, para mais pessoas e com todos os participantes portando um crachá pendurado no pescoço.
É ou não é assim?
Sinceramente, amigo, usemos o bom senso e questionemos:
Tem sentido uma organização de Congresso Espírita chamar um palestrante para falar sobre a “parábola do semeador”, “que a mão esquerda não veja o que dá a direita”, “o óbulo da viúva”, “parábola dos talentos” ... e temas desta natureza?
Aí, precipitada e preconceituosamente, vem um palhaço qualquer de visão equivocada para abrir a boca e afirmar que o Alamar está querendo tirar o Evangelho do Espiritismo.
Já vi este filme, várias vezes.
Eu sei muito bem que Jesus é o maior modelo e guia que deve servir de trilha para os espíritas e que o Evangelho é o grande manual de conduta moral que devemos seguir, mas isto não quer dizer que devamos restringir o espiritismo a fanatismo religioso, deixando de lado a gigantesca abrangência que ele tem.
Ir para um congresso espírita escutar as mesmas coisas, exatamente as mesmas coisas que a gente escutou inúmeras vezes e ainda vai escutar incontáveis vezes, apenas partindo de uma boca diferente, mas temas que já conhecemos começo, meio e fim é algo que não faz sentido.
Assim como o congresso médico que objetiva dar mais informações aos médicos, atualizá-los e prepará-los melhor para atender aos seus pacientes, o congresso espírita deveria ter como objetivo a necessidade de também preparar os trabalhadores espíritas para adquirirem condições de dar um melhor e mais eficiente atendimento às pessoas que freqüentam o centro, que procuram um atendimento e uma orientação dentro da proposta espírita.
Há muito tempo vivemos uma experiência terrível de ver inúmeras casas espíritas conduzidas por cegos que pretendem guiar cegos, pessoas absolutamente despreparadas se apresentando como trabalhador da casa e até dizendo o que deve ou não deve fazer aquele que freqüenta o centro.
Coloco aqui, em nível de sugestão, alguns tópicos que eu acho que caberiam em congressos espíritas:

I - As casas espíritas estão sabendo conduzir bem a juventude espírita?

Raramente encontramos uma casa espírita que tem uma grande, boa, atuante, presente e dedicada juventude espírita. Se você pesquisar bem, vai perceber que, dentre os jovens que vão para o centro espírita a maioria vai para agradar aos pais, apenas. Qual é o adolescente que gosta de escutar coisas do tipo:
“Marcia, olhe esses trajes que você veste pra vir para a casa espírita”
“Psiu, vamos fazer silêncio... parem de rir, porque isto aqui é lugar de respeito”
“Tire o braço do ombro dela, Marquinho. Não pode ficar abraçado, porque aqui é lugar de respeito”.
“Vamos parar com as gargalhadas. Olhem a disciplina!!!”
“Sente-se direito, Thaís”
“Essas coisas não devem ser ditas na casa espírita, Zé Alberto.”.
“Vamos maneirar no palavreado aqui na casa espírita”.
“Você poderia muito bem dizer a mesma coisa usando outras palavras”.
E haja falar em obsessão, obsessores, umbrais...
Sexo é a pior coisa que existe no mundo! Não existe nada mais imoral do que sexo na cabeça de determinadas lideranças espíritas.
Quem é que agüenta, gente? Qual o adolescente que suporta?
Muitas meninas, jovens, hoje já estão com suas vidas sexuais ativas, os rapazes também. Como vocês acham que eles se sentem, ouvindo alguém dizer que sexo é a perdição, é a expressão máxima da imoralidade, é indecência, é pecaminoso, é perversão, é obsessivo, é atrativo para obsessores terríveis...
Qual o jovem que gosta de escutar isto?
Sem falar na mania de pobreza, nos bancos duros, nas cadeiras plásticas de 10 reais, na iluminação deficiente, em nome da “humildade”, na cantina fajuta e deficiente, nas proibições de músicas, no famoso “O silêncio é uma prece”, e todas essas coisinhas altamente “agradáveis” à juventude.
                 
II – Relação humana entre os espíritas

Os espíritas se amam, uns aos outros, conforme aquele amor que eles pregam nas tribunas dos centros e nos artigos que escrevem?
Que tal a gente discutir isto em congresso?
Sei que tem gente que vai querer fugir deste assunto, como o diabo foge da cruz, porque sabe, muito bem, qual é a realidade que existe e que, se mexer nesse angu, vai dar muitos panos pras mangas, como se diz no ditado popular.
Não é mais fácil chamar de polêmico alguém que sugere enfrentar este assunto com coragem e dignidade?
        
III – Valores morais
a)    Teoria e prática dos valores morais
b)   Valores ensinados e valores vivenciados
c)    Comportamentos teatralizados

IV – Relação com os que pensam diferente
a)    Ódios que alguns têm de determinados autores – Há companheiros que não fazem outra coisa a não ser manifestar os seus ódios contra determinados autores, determinados médiuns e procedimentos.
b)   As proibições, os boicotes, as sabotagens e as difamações.
c)    Fidelidade com as histórias, compromisso de retratar sempre a verdade.

V – Necessidade de assumir responsabilidade por todas as atitudes
a)    Transferir para a diretoria a responsabilidade por atos imorais praticados por mim.
b)   Faça, mas não diga pra ninguém que eu mandei você fazer.

VI – Estamos nos conduzindo conforme Kardec?
a)    Procuramos conhecer Kardec, integralmente, antes de proibir procedimentos?
b)   O excesso de religiosismo praticado por nós está de acordo com Kardec?
c)    Centro Espírita: Igreja ou escola?

VII – Divulgação da Doutrina
a)    Os espíritas estão divulgando a doutrina para o grande público?
b)   Novelas da Globo que falam de coisas dos espíritos – Como está a tolerância do meio espírita em relação à Globo, nessas novelas?
c)    O movimento espírita tem feito algum esforço, se aproveitando do embalo da Globo, para incrementar a divulgação e levar o Espiritismo ao grande público, inclusive corrigindo alguma distorção ou abordagem não bem explicada nas novelas?

Enfim, amigos, há muita coisa interessante e de relevada importância que poderia ser discutida, debatida e estudada pelo segmento espírita e não existe ambiente melhor para falar dessas coisas que num Congresso Espírita.
Eu, Alamar, tenho a prova de que o trabalhador espírita quer mesmo discutir este assunto, quer que fale sobre este assunto e quer trabalhar os problemas do movimento, haja vista as manifestações do público em minhas palestras.
No Congresso Espírita do Rio Grande do Norte, acontecido em agosto do ano passado, 2011, eu resolvi fugir do tema que me foi proposto e partir para fazer uma abordagem exatamente dentro disto que estou falando neste artigo.
Qual foi o resultado?
O público, que lotava o Centro de Convenções de Natal, mais de mil pessoas, ficou chateado porque o palestrante mudou o tema?
Não, gente! muito pelo contrário, interrompeu o palestrante, com aplausos, diversas vezes e no final o aplaudiu de pé.
Vejam o que dizem espíritas notáveis, como Heloísa Pires, Alkíndar de Oliveira, Frederico Menezes, Dr. Jaíder Rodrigues, Dra. Irvênia Prada, Dr. Kau Mascarenhas, Dr. Mário Motoyama, Dr. Ribamar Tourinho, Dr. Luiz Signates, Dr. Avildo Fioravante, e vários outros no vídeo, a seguir, que postei no Youtube:
Agora veja vários depoimentos de participantes outros, do mesmo congresso, inclusive três membros da sua organização.
E aí eu pergunto:
Será que essas pessoas não têm importância nenhuma?
Amigos, isto que aconteceu em Natal, tem acontecido em todos os lugares por onde eu ando, em vários estados do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo... e eu faço questão de gravar tudo, para que fique documentado e um desses donos da “verdade” não venha querer dizer que é mentira.
O que todos precisam saber é o seguinte:
Em cada região o Espiritismo está nas mãos de alguns donos, ou melhor, de pessoas que se acham donas da doutrina, que impõem que ela deve ser praticada conforme as suas visões, geralmente míopes.
É preciso que as pessoas dêem um basta nisto, que se unam e exijam que o Espiritismo seja feito com coerência, com bom senso e que espíritas não tenham medo e nem receio de discutir assunto nenhum e nem enfrentar quem quer que seja.
Se alguém vem falar alguma bobagem ou algo que comprometa a doutrina, a gente tem que estar preparado para contestar. Mas, vejam bem: Isto não quer dizer que eu forme uma concepção da doutrina, conforme a minha cabeça e as minhas conveniências e venha querer que a minha visão seja a verdade absoluta. Muitos fazem isto.
Um elemento para dizer que o que outro alguém diz, escreve e faz não é Espiritismo, precisa conhecer Allan Kardec integralmente e não apenas conhecer a doutrina por ter lido o livro dos Espíritos, viver abrindo o Evangelho ao “acaso” (sempre no meio) e praticar o mesmo ritual religioso/igrejeiro de toda semana no centro espírita.
Conhecer a doutrina é muito mais do que isto, é conhecer Kardec totalmente, o que só é possível através da Revista Espírita, conforme eu já disse em outros emails.

Conclusão

Vamos fazer congressos espíritas conforme a Medicina faz os seus. Vamos preparar melhor os trabalhadores espíritas, principalmente dirigentes, do mesmo jeito que os congressos médicos aperfeiçoam o conhecimento dos médicos.
Fazendo assim, com certeza vamos conseguir atender melhor as pessoas que procuram pelas casas espíritas, vamos diminuir a gigantesca evasão que existe nos centros, vamos fazer mais gente feliz proporcionando uma doutrina linda, maravilhosa, alegre e encantadora.

Abração.
                           Alamar Régis Carvalho
          Analista de Sistemas, Escritor e ANTARES Dinastia