segunda-feira, 30 de abril de 2012

JOANA D’ARC E A GUERRA DOS CEM ANOS - França – Orleans


Joana D’Arc nasceu em Domrémy, na região de Lorena na França. Posteriormente a cidade foi renomeada como Domrémy-la-Pucelle em sua homenagem (pucelle; donzela em português).

A data do seu nascimento é imprecisa, de acordo com o seu interrogatório em 24 de Fevereiro de 1431, Joana teria dito que na época tinha 19 anos portanto teria provavelmente nascido em 1412. Não se sabe a idade correcta de Joana pois naquela época não importava a idade exacta, por isso o termo certo a usar seria "mais ou menos". Joana declarou uma vez, quando interrogada sobre a sua idade, ("tenho 19 anos, mais ou menos"). 

Movida por uma fé inquebrável, Joana d'Arc contribuiu de forma decisiva para mudar o rumo da guerra dos cem anos, entre a França e a Inglaterra. Filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée tinha mais quatro irmãos: sendo ela a mais nova de todos. O seu pai era agricultor e a sua mãe ensinou-lhe todos os afazeres de uma menina da época, como fiar e costurar. Joana também era muito religiosa ia muito a igreja e frequentemente fugia do campo para ir orar na igreja da sua cidade. No seu julgamento, Joana afirmou que desde os treze anos ouvia vozes divinas. Segundo ela, a primeira vez que as escutou, vinham da direcção da igreja acompanhadas de uma claridade e sensações de medo. Dizia que às vezes não as entendia muito bem e que as ouvia duas ou três vezes por semana. Entre as mensagens que ela recebeu estavam conselhos para frequentar a igreja, e que deveria travar o domínio que havia na cidade de Orleães. Posteriormente ela identificaria as vozes como sendo do Arcanjo São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida. Desde que o Duque da Normandia, Guilherme, o Conquistador, se apoderou da Inglaterra em 1066, os monarcas ingleses passaram a controlar extensas terras no território francês. Com o tempo, passaram a ter vários ducados franceses: Aquitânia, Gasconha, Poitou e a Normandia, entre outros. Os duques, apesar de vassalos do rei de França, acabaram por tomar este pais. Quando a França tentou recuperar os territórios perdidos para a Inglaterra, deu origem a um dos mais longos e sangrentos conflitos da história da humanidade: a Guerra dos Cem Anos, que durou na realidade 116 anos, e que provocou milhões de mortes e a destruição de quase toda a França setentrional. O início da guerra aconteceu em 1337. Os interesses mais que evidentes de unificar as coroas concretizaram-se com a morte do rei francês Carlos IV em 1328. Filipe VI, sucessor graças à lei sálmica (Carlos IV não tinha descendentes masculinos), foi proclamado rei da França em 27 de Maio de 1328. Felipe VI reclamou em 1337 o feudo da Gasconha ao rei inglês Eduardo III, e no dia 1 de Novembro este respondeu plantando-se às portas de Paris mediante o bispo de Lincoln, declarando que ele era o candidato adequado para ocupar o trono francês. A Inglaterra ganharia batalhas como a Crécy (1346) e a de Poitiers (1356). Mas uma grave enfermidade do rei francês originou uma luta pelo poder entre o seu primo João I de Borgonha ou João sem Medo, e o irmão de Carlos VI, Luís de Orleães. No dia 23 de Novembro de 1407, nas ruas de Paris e por ordem do borgonhês comete-se o assassinato de Luís de Orleães. A família real francesa estava dividida entre os que davam suporte ao duque da Borgonha e os que o davam a Carlos VII, herdeiro de França ligados à causa de Orleães. Com o assassinato de Luís de Orleães ambos os lados enfrentaram-se numa guerra civil, onde buscaram o apoio dos ingleses.

Com a morte de Carlos VI, em 1422, Henrique VI da Inglaterra foi coroado rei francês, mas os de Orleães não desistiram e mantiveram-se fiéis ao filho do rei, Carlos VII, coroando-o também em 1422. Aos 16 anos, Joana foi a Vaucouleurs, cidade vizinha de Domrèmy. Recorreu a Robert de Baudricourt, capitão da guarnição armagnac estabelecida em Vaucouleurs para lhe ceder uma escolta até Chinon, onde estava o herdeiro da coroa francesa, já que teria que atravessar todo o território hostil defendido pelos aliados ingleses e borgonheses. Quase um ano depois, Baudricourt aceitou enviá-la escoltada até ao herdeiro. A escolta iniciou-se aproximadamente em 13 de Fevereiro de 1429. Entre os seis homens que a acompanharam estavam Poulengy e Jean Nouillompont (conhecido como Jean de Metz). Jean esteve presente em todas as batalhas posteriores de Joana d'Arc. Vestindo roupas masculinas até á sua morte, Joana atravessou as terras dominadas por Borgonheses, chegando a Chinon, onde finalmente iria encontrar-se com Carlos, após uma apresentação de uma carta enviada por Baudricourt. Chegada a Chinon, Joana já dispunha de uma grande popularidade, porém Carlos tinha ainda desconfianças sobre a moça. Decidiram passá-la por algumas provas. Segundo a lenda, com medo de apresentar Carlos diante de uma desconhecida que talvez pudesse matá-lo, eles decidiram oculta-lo numa sala cheia de nobres antes de a receber, Joana então teria reconhecido o rei disfarçado entre os nobres sem que jamais o tivesse visto antes. Joana teria ido até ao verdadeiro rei, curvando-se e dito: "Senhor, vim conduzir os seus exércitos à vitória". Sozinha na presença do rei, ela convenceu-o a entregar-lhe um exército com o intuito de libertar Orleães. Porém, o rei ainda a fazia passar por provas diante dos teólogos reais. As autoridades eclesiásticas em Poitiers submeteram-na a um interrogatório, averiguaram a sua virgindade e suas intenções. Convencido do discurso de Joana, o rei entrega-lhe às mãos uma espada, um estandarte e o comando das tropas francesas, para seguir rumo à libertação da cidade de Orleães, que havia sido invadida e tomada pelos ingleses há oito meses. Munida de uma bandeira branca, Joana chega a Orleães em 29 de Abril de 1429. Comandando um exército de 4000 homens ela consegue a vitória sobre os invasores no dia 9 de Maio de 1429. O episódio é conhecido como a Libertação de Orleães (e na França como a Siège d'Orléans). Os franceses já haviam tentado defender Orleães mas não obtiveram sucesso. Existem histórias paralelas a esta que informam que a figura de Joana era diferente. Ela teria chegado para a batalha num cavalo branco, com armadura de aço, e segurando um estandarte com a cruz de Cristo, circunscrita com o nome de Jesus e Maria. Segundo esta outra versão, Joana teria sido apenas arrastada pelo fascínio sobrenatural dos seus sonhos e disposta a cumprir a missão segundo a vontade divina e sem saber nada sobre a arte da guerra comandou os soldados rudes, com ar angelical, e na sua presença ninguém se atrevia a dizer ou contrariar fosse o que fosse. Pois ela apresentava-se extremamente disciplinada. Após a libertação de Orleães, os ingleses pensaram que os franceses iriam tentar reconquistar Paris ou a Normandia, e ao invés disto, Joana convenceu Carlos a iniciar uma campanha sobre o rio Loire. Isso já era uma estratégia de Joana para conduzir Carlos a Ruão. Joana dirigiu-se a vários pontos fortificados sobre pontes do rio Loire. Em 11 e 12 de Junho de 1429 venceu a batalha de Jargeau. No dia 15 de Junho foi a vez da batalha de Meung-sur-Loire. A terceira vitória foi na batalha de Beaugency, nos dias 16 e 17 de Junho do mesmo ano. Um dia após a sua última vitória dirigiu-se a Patay, onde a sua participação foi pouca. A batalha de Patay, a única batalha em campo aberto, já se desenrolava sem a presença de Joana d'Arc. Na primavera de 1430, Joana D'Arc retomou a campanha militar e passou a tentar libertar a cidade de Compiègne, onde acabou sendo dominada e capturada pelos borgonheses, aliados dos ingleses, em 1430. Foi presa em 23 de Maio do mesmo ano. Entre os dias 23 e 27 foi conduzida à Beaulieu-lès-Fontaines. Joana foi entrevistada entre os dias 27 e 28 pelo próprio Duque de Borgonha, Felipe, o Belo. Naquele momento Joana era propriedade do Duque de Luxemburgo. Joana foi levada ao Castelo de Beaurevoir, onde permaneceu todo o verão, enquanto o duque de Luxemburgo negociava a sua venda. Ao vendê-la aos ingleses, Joana foi presa numa cela escura e vigiada por cinco homens. Em contraste com o bom tratamento que recebera na sua primeira prisão, Joana agora vivia os seus piores tempos. O processo contra Joana teve início no dia 9 de Janeiro de 1431, sendo chefiado pelo bispo de Beauvais, Pierre Cauchon. Foi um processo que passaria à posteridade e que converteria Joana em heroína nacional, pelo modo como se desenvolveu e trouxe o final da jovem, e da lenda que ainda nos dias de hoje associa a realidade com a fantasia. 

Dez sessões foram feitas sem a presença da acusada, apenas com a apresentação de provas, que resultaram na acusação de heresia e assassinato. No dia 21 de Fevereiro Joana foi ouvida pela primeira vez. A princípio ela negou-se a fazer o juramento da verdade, mas sobre forte pressão logo cedeu. Joana foi interrogada sobre as vozes que ouvia, sobre a igreja militante, e sobre seus trajes masculinos. No dia 27 e 28 de Março, Thomas de Courcelles fez a leitura dos 70 artigos da acusação de Joana, e que depois foram resumidos a 12. Precisamente no dia 5 de Abril, estes artigos sustentavam a acusação formal para a Donzela procurando a sua condenação. No mesmo dia 5, Joana começou a perder saúde por causa de ingestão de alimentos venenosos que a fez vomitar. Isto alertou Cauchon e os ingleses, que lhe trouxeram um médico. Queriam mantê-la viva, principalmente os ingleses, porque planeavam executá-la. Durante a visita do médico, Jean d’Estivet acusou Joana de ter ingerido os alimentos envenenados conscientemente para cometer suicídio. No dia 18 de Abril, quando finalmente ela se viu em perigo de morte, pediu para se confessar. Os ingleses impacientaram-se com a demora do julgamento. O Conde de Warwick disse a Cauchon que o processo estava demasiado demorado. Até o primeiro proprietário de Joana, Jean de Luxemburgo, se apresentou a Joana fazendo-lhe a proposta de pagar pela sua liberdade se ela prometesse não atacar mais os ingleses. A partir do dia 23 de Maio, as coisas aceleraram, e no dia 29 de Maio ela foi condenada por heresia. Joana D’Arc foi queimada viva em 30 de Maio de 1431, com apenas dezanove anos. A cerimónia da execução aconteceu na Praça do Velho Mercado às 9 horas, em Ruão. Antes da execução ela confessou-se com Jean Totmouille e Martin Ladvenu, que lhe administraram os sacramentos da Comunhão. Entrou, vestida de branco, na praça cheia de gente, e foi colocada na plataforma montada para a sua execução. Após lerem o seu veredicto, Joana foi queimada viva. As suas cinzas foram atiradas ao rio Sena, para que não se tornassem objecto de veneração pública.

Era o fim da heroína francesa. A revisão do seu processo começou a partir de 1456, quando foi considerada inocente pelo Papa Calisto III, e o processo que a condenou foi considerado inválido, sendo que, em 1909 a Igreja Católica autoriza a sua beatificação. Em 1920, Joana d'Arc é canonizada pelo Papa Bento XV 489 anos depois de ter sido queimada viva como herética. Como é possível que o Cristianismo que deveria ser intemporal nos seus princípios consegue mudar de opinião tantas vezes consoante os interesses que nada tem de Cristãos?... Existe uma outra versão que nos informa que vinte anos após a sua condenação à fogueira, os pais de Joana d'Arc pediram que o Papa da época, Calisto III, autorizasse uma comissão que, numa pesquisa serena e profunda, reconheceu a nulidade do processo por vício de forma e de conteúdo. Joana d´Arc desta maneira teve a sua honra reabilitada, e o nome de feiticeira, e bruxa foi apagado para que ela fosse reconhecida pelas suas virtudes heróicas, provenientes de uma missão divina.

Mensagem Espirita - Cordel - Grão de Mostarda - Hammed

Não quero mediúnica desse jeito!



Realizava-se uma reunião mediúnica em um centro espírita, quando um espírito surge, falando através de uma médium:
- “Oi gente, boa noite, como estão vocês?”
Em princípio... confessava-me o Jarbas, dirigente da casa quando me relatava o fato, por telefone... todos imaginavam que fosse algum espírito sofredor ou zombeteiro, pela forma do cumprimento inicial, pois que todos esperavam o famoso:
- “Que a Paz de Jesus esteja com todos”.
Já fazendo sinal com a cabeça e os olhos, para o Júlio, um dos participantes, que ele deveria ser o doutrinador daquele espírito, entendido o recado o Júlio já se dirigiu lentamente até a médium, pronto para iniciar o seu trabalho de doutrinação, o dirigente dos trabalhos começou o diálogo:
JARBAS - “Boa noite, meu irmão, seja bem vindo. Isto aqui é uma casa de Jesus e nos sentimos bem com a sua presença, pode usar o médium e dizer o que você deseja. Aqui você está acompanhado de bons espíritos, dispostos a ajudá-lo”.
ESPÍRITO - “Que bom, Jarbas. Obrigado pela recepção. Ao entrar aqui hoje, lembrei-me do seu pai, o velho Silveira, grande trabalhador desta casa por muitos anos. Aprendi muito com ele, gente boa”.
JARBAS - “Você conheceu meu pai, meu irmão?”
ESPÍRITO - “Rapaz, aquilo era corinthiano roxo e eu era palmeirense. Quando o corinthians perdia eu gostava de gozar com a cara do velho, mas ficava com pena, porque ele sofria muito. Falar nisto, o Corinthians perdeu para o Santos domingo, né? Deve ter gente sofrendo aqui, porque eu sei que tem corinthiano nessa turma boa.”
JARBAS - “Meu irmão. Eu acho que este aqui não é o ambiente mais propício para se falar de futebol. Aqui é uma casa espírita.”
ESPÍRITO - “Por que não pode, Jarbas? O intercâmbio que vocês fazem com os seus irmãos desencarnados servem para falar sobre o quê?”
JARBAS- “Você disse que trabalhou com o meu pai e nos deu a entender que conhece esta casa, o que nos faz supor que conhece também a disciplina de uma casa espírita, sobretudo quando estamos em uma reunião mediúnica, meu irmão”.
ESPÍRITO - “É verdade. Trabalhei muito nesta casa, por mais de quinze anos, já estou desencarnado há 22 anos, coordenei grupos de estudos e inclusive lembro-me você, Jarbas, na juventude espírita, no final dos anos setenta. Sei o quanto é importante a disciplina na casa espírita e não podemos abrir mão dela.”
JARBAS - “Meu irmão, você me desculpe, sei que não devemos nos preocupar em saber a identidade dos espíritos, mas você poderia me dizer quem é?”
ESPÍRITO - “Eu sou o Alfredão, rapaz, Alfredo Bastos. Os mais antigos aqui devem se lembrar de mim”.
JARBAS - “Alfredo Bastos? Você é o Alfredão? Meu irmão, claro que eu te conheço. Que alegria recebê-lo aqui em nossa casa.
ALFREDO - “Que bom, Jarbas. Com essa sua alegria agora, depois que soube quem eu sou, eu fico mais feliz, bem mais alegre em estar aqui com vocês, mas do jeito que vocês estavam me recebendo, sinceramente, eu não estava gostando”.
Jarbas, quando a Neuzinha dirige a mediúnica desta casa, conforme os médiuns aqui já podem observar, as reuniões tem se conduzido com um certo dinamismo, sem aquela formalidade excessiva e os espíritos amigos têm se aproximado, o ambiente tem ficado mais descontraído e até mais leve. Mas você, meu irmão, com todo valor de um companheiro dedicado que é, tem reagido em relação a mudanças e insiste num procedimento formal, que não tem tido os melhores resultados no intercâmbio dos encarnados com os desencarnados nas casas espíritas.”.
JARBAS - “É, tem havido umas reuniões de diretoria aqui, dada as empolgações que alguns trabalhadores da casa vêm alimentando, por conta de um expositor polêmico que veio fazer uma palestra, trazendo essas novidades que são perigosas para a casa espírita, mas nesse dia eu não pude participar, devido a problemas na firma. Você sabe, meu irmão, do cuidado que devemos ter com a doutrina...”
ALFREDO - “Mas, Jarbas, se temos Allan Kardec como o principal leme que devemos nos guiar na navegação da conduta espírita, como podemos considerar como simples polêmica a sugestão de um diálogo natural entre encarnados e desencarnados, nas mediúnicas, se ele, o próprio codificador da doutrina espírita, se conduziu desta forma durante toda sua vivência enquanto espírita?
Será que essa disciplina, que muitos espíritas andam proclamando, não é algo que precisa ser repensada?
Você já procurou questionar o porquê da maioria das reuniões mediúnicas carecer da presença de espíritos amigos, íntimos e simpáticos à casa?”
LOURDES - “Seu Jarbas, o senhor me permite também conversar com o nosso irmão? Quando os trabalhos têm sido dirigidos pela Neuzinha, a gente tem conversado com os espíritos e têm sido muito bons os resultados”.
JULIO – “Eu concordo com a Lourdes, porque também tenho participado das reuniões”.
JARBAS – “Não, Lourdes, eu acho que não. Devido ao adiantar da hora, não é bom alimentarmos esse diálogo, que já está fugindo um pouco dos objetivos da nossa reunião”.
ALFREDO – “Fugindo dos objetivos da reunião? Como, fugindo dos objetivos? O que estamos conversando aqui, foge aos objetivos do melhor entendimento espírita?
A Lourdes deve perguntar, sim, Jarbas, assim como o Júlio e todos os participantes desta mesa devem participar sempre dos diálogos, como vocês encarnados costumam dialogar, com todos podendo falar, quando o grupo é constituído apenas por encarnados.
Este ambiente lúgubre que vocês imprimem nas reuniões mediúnicas precisa passar por uma nova roupagem, para o bem estar dos encarnados e dos desencarnados. Nem nos velórios, dos dias de hoje, se vê tanta tristeza como em determinadas reuniões mediúnicas.
Talvez você me pergunte, porque depois de tanto tempo de desencarnado esta é a primeira vez que me disponho a dar comunicação nesta casa que tanto amei por tanto tempo.
É que os desencarnados também têm sentimentos, companheiro.
Eu e desencarnado nenhum gostamos de chegar num ambiente e sermos tratados como defuntos, pois isto nos deprime.
Na colônia em que vivo, reunimos com amigos para falar sobre todos os assuntos, até mesmo sobre futebol, brincando uns com os outros, gozando com as caras dos outros, porque os corinthianos, os palmeirenses, os flamenguistas e os vascaínos continuam lá, do mesmo jeito como eram aqui, ligados e torcendo nos dias de jogos.
Contamos anedotas, damos gargalhadas e continuamos a viver do mesmo jeito como vivíamos aqui.
Não suportaríamos conviver no ambiente espiritual se ele tivesse este modelo que os espíritas adotam para as reuniões mediúnicas.
Por causa disto, muitos espíritos preferem ficar lá do que virem aqui para conviver com vocês nessa tristeza toda.”
JARBAS - “É, meu irmão, entendo, mas, devido ao adiantar da hora, já que faltam 2 minutos para as 21 horas e temos que encerrar a reunião, queremos agradecer a sua presença...”
ALFREDO - “Um instante, Jarbas. A disciplina precisa ser melhor entendida pelos espíritas. Escravidão ao ponteiro do relógio não pode ser entendido como disciplina. Várias pessoas aqui presentes estão ansiosas para participar do nosso diálogo, desejosas de perguntar e de trocar idéias. Por que você tem que encerrar o trabalho necessariamente agora? Para que todos voltem para suas casas, a fim de assistirem novelas ou filmes violentos na TV? Por que não podemos conversar mais um pouco, com as pessoas que querem conversar?
Que tal iniciarmos, hoje, uma experiência nova?
Sugiro o seguinte: Quem tiver necessidade de ter que voltar para casa, agora, às 21 horas, porque precisa tomar ônibus ou por um motivo qualquer, que fique a vontade, pode sair, sem problema e sem que quebre o padrão vibratório da reunião, mas quem desejar permanecer por mais alguns minutos, que permaneça e que conversemos mais um pouquinho.
A não ser que você tenha algum compromisso agora.”
JARBAS - “Não, meu irmão, eu não tenho nenhum compromisso, estou me conduzindo apenas dentro dos padrões que me foram ensinados...”
LOURDES – “Deixe, seu Jarbas, eu estou adorando este espírito, acho que todo mundo aqui também tá gostando e queremos ficar mais”.
CLÓVIS – “Eu também quero ficar, Jarbas, a Lourdes quer, o Júlio quer. Se você tiver compromisso, eu me coloco a disposição para continuar presidindo a reunião”.
JARBAS – “Tá bom, pra mim não tem problema não, claro que posso continuar, sim”.
Nenhum dos participantes saiu da reunião. Todos ficaram, entusiasmados, com semblantes bem alegres e muito a vontade com o espírito.
ALFREDO – “Que bom vocês entenderam. Lembremos que Allan Kardec foi considerado como o bom senso encarnado.
Não pretendo tomar muito tempo de vocês, mas, amigos, quero apenas sugerir um estudo mais apurado em cima do homem Allan Kardec, na sua experiência como espírita.
É fundamental que todo trabalhador e, principalmente, dirigente de Casa Espírita procure conhecer mais o espírita Allan Kardec. Precisamos distinguir entre o codificador Allan Kardec e o espírita Allan Kardec, que foi aquele homem que também trabalhou em casa espírita, estabeleceu as diretrizes da constituição da casa espírita, falou em estatuto, falou em constituição de diretoria, falou em divulgação da doutrina, falou sobre a conduta do espírita e, principalmente, realizou intercâmbio mediúnico durante todo o tempo que esteve encarnado, até a véspera da sua desencarnação.
Este conhecimento só pode ser obtido através de “Obras Póstumas” e da “Revista Espírita”, Sei que é uma obra grande e sei da indisposição de muitos espíritas quanto a leitura, mas, repito, é uma necessidade de conhecimento indispensável para o trabalhador e dirigente espírita.
Vocês vão observar que em momento algum Allan Kardec insinuou a necessidade de ambiente lúgubre para as reuniões mediúnicas, assim como nunca conversou com desencarnados com a mão no rosto ou de olhos fechados.
Ele sempre encarou os desencarnados como pessoas normais, apenas sem os corpos materiais, conversando normalmente como conversava com qualquer pessoa encarnada, frente a frente, olhando nos olhos.
A formalidade excessiva, a seriedade apenas de fisionomia, o falar baixo, o conversar pouco e o limitar o que deve ser conversado com os espíritos foi instituído pelos espíritas, nem sempre em concordância com o codificador.
Insisto na sugestão para que estudem melhor o espírita Allan Kardec, certo de que todos farão uma prática espírita muito mais eficiente, em todos os sentidos.
Não tenho a pretensão de que vocês me vejam como espírito de Luz, como vocês costumam identificar os espíritos amigos, mas posso lhes garantir que muitos espíritos bons, educadores e orientadores terão todo o prazer em participar mais dos diálogos com vocês, que perceberão os avanços que o desenvolvimento da doutrina certamente experimentará.
Na noite de hoje, é só o que eu tenho a dizer para vocês, mas em outras oportunidades nós poderemos conversar mais, caso vocês entendam a minha proposta.
Que todos tenham uma boa noite.”
JARBAS – “Meu irmão, eu pensei que você iria nos segurar aqui até as 22 horas ou mais, mas foi rápido o seu recado, ainda são 21 horas e três minutos”.
ALFREDO – “Era só este tempo mesmo que eu queria por hoje. Só queria que vocês entendessem que a disciplina, indispensável na prática espírita, não pode ser entendida como rigores excessivos, formalidades insensatas e desperdício de boas oportunidades de encontros com amigos.
Sei que ninguém estava preparado para o que fizemos aqui hoje, mas quero propor a vocês, caso se disponham a tal, para que em alguns momentos especiais criem espaços para reuniões mediúnicas sem limitação de tempo, do mesmo jeito que vocês, quando saem para as festas e encontros com amigos, muitas vezes passam horas e horas se divertindo, dançando, batendo papos, sem horários pré estabelecidos.
Nós desencarnados não precisamos de repousar os corpos, como vocês, e por isto estamos sempre a disposição para intercâmbio com os espíritas, porque, como espíritos espíritas, continuamos a gostar do ambiente espírita como sempre gostamos como encarnados.
Se em determinado momento vocês tiverem disposição e quiserem conversar até a meia noite ou até as três horas da manhã, não se preocupem que estaremos a disposição. Posso lhes garantir que muitos espíritos amigos poderão participar desses agradáveis bate-papos. E olhe que temos mestres extraordinários, do outro lado, pronto para iniciarem grandes trabalhos com vocês.
Só não é recomendável, por razões óbvias, que façam disto rotinas obrigatórias, exigindo presença de médiuns e dos trabalhadores, para que a prática espírita não se constitua em sacrifício para ninguém.
Por hoje está bom, então. Que Deus proteja a todos nós.”
Meus amigos, o pessoal da casa espírita ficou boquiaberto com aquilo. O dirigente, até então reticente em relação a sugestão que o tal expositor “polêmico” havia dado em palestra na casa, rendeu-se às evidências, parou de criar caso com os demais trabalhadores que haviam aderido à nova sugestão que chegara, e, a partir daí, relatam eles, que os resultados do intercâmbio com os espíritos tem sido altamente aproveitadores e benéficos a todos.
Espíritos Psicólogos têm aparecido, freqüentemente, para conversas e trocas de idéias com freqüentadores que também são Psicólogos, na casa, espíritos com mais afinidade com a juventude tem aparecido para contatos com adolescentes, enfim, a casa fica mais agradável com a participação daqueles que são a razão de existir do Espiritismo, os próprios espíritos.
Não é preciso que você me peça o endereço do centro ou dos centros espíritas que estão fazendo isto, a fim de que se desloque da sua cidade, curiosamente, para fazer estágio e aprender como se faz, porque não tem nada de estágio para fazer, não tem nada o que perguntar como é que se faz e nada de especial que tenha que ser aprendido em algum curso feito. Basta que você sugira que os espíritas dirigentes do seu centro abram as suas mentes, procurem conhecer melhor a Allan Kardec, que deixem de lado os sofismas e que voltem a praticar o Espiritismo com Espíritos, como Allan Kardec sempre fez, durante toda a sua vida espírita.
Qualquer centro espírita pode começar a fazer isto já.
Parem de conceber o intercâmbio mediúnico como fenômeno e passe a vê-lo como encontro humano normal, já que os espíritos desencarnados são as mesmas criaturas que viveram conosco, mantendo as mesmas características que aqui tiveram.
Uma pessoa que sempre foi bem humorada, sorridente e alto astral quando esteve encarnada, vai continuar querendo ser assim depois de desencarnada e, se encontrar pessoas alegres e sorridentes numa reunião mediúnica, jamais vai achar que está sendo desrespeitada, muito pelo contrário, vai se sentir muito mais feliz a afinizada com aquele grupo.
Podem ter certeza de uma coisa:
O tal “silêncio é uma prece”, a quantidade de “psiu”, o “fale baixo”, o famoso “não sorria, porque isto aqui é casa de respeito”... tudo isto é coisa inventada por espíritas nem sempre de bem com a vida.
A sua postura deve ser educada, como o fato de se calar quando o outro estiver falando, o que é totalmente diferente do ter que fazer silêncio; falar no tom de voz normal, já que falar gritando é falta de educação, e sorrir naturalmente, quando tiver vontade de sorrir, posto que sorriso não é desrespeito nenhum.
É muito bom ser espírita sensato e, sobretudo, coerente com o maior exemplo que os espíritas têm para seguir, que é o próprio Allan Kardec.
  
Abração
                          Alamar Régis Carvalho

No Espiritismo não existe pai de santo


 Transcrevo um artigo da revista "o consolador" do confrade Pedro de Almeida Lobo sobre a confusão ainda  existente entre a doutrina codificada por Allan Kardec e outras práticas religiosas:
"Expressar o sentimento é um  dos direitos sagrados e  inalienáveis na democracia. Porém utilizar-se dessa prerrogativa democrática para achincalhar, discriminar, atingir pejorativamente de qualquer forma, meio ou maneira, pessoa física ou jurídica, é irresponsabilidade tão grande que atinge os degraus nefandos da leviandade.

Em se tratando de meios de comunicação, que muitas vezes formam opinião, antes de publicar uma notícia, devem eles procurar a verdade. Se não for assim, em certos casos, poderão macular um dos princípios básicos do jornalismo, que é informar com objetividade, clareza e isenção de ideias preconcebidas de quem fala ou escreve.

Em se tratando de religião, principalmente no momento em que vivemos, esses aspectos não podem dormitar nas raias nocivas dos achismos, sob pena de confundir as pessoas.

No ano passado, assisti a uma reportagem na televisão dando conta de que em determinado local pessoa cognominada e respeitada como "pai de santo"utilizava-se de crianças para práticas espíritas.Isto é lamentável.Mas o mais triste é a falta de conhecimento da história geral,do Brasil e das religiões.

No Espiritismo não existe "pai de santo". Essa denominação é usada em outras filosofias religiosas.

A filosofia espírita que é ensinada, explicada, instruída e exemplificada pela Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec dá segurança científica, filosófica e religiosa para os trabalhos espiritistas, que não possuem rituais, simbolismos, crenças exteriores, promessas, milagres, cultos aos mortos," pai ou mãe de santo", sacerdote, diácono, pastor, bispo e outras denominações hierárquicas. Nem usam velas, condecorações, paramentos ou vestimentas sacramentais.

As sociedades espíritas, conhecidas como centros espíritas, união espírita, grupo espírita, são sociedades religiosas espíritas filantrópicas sem fins lucrativos, que não exigem pagamento de dízimos ou ofertas.

Não utilizam pessoas, objetos, para concretizarem atividades presumidas ou propostas.

Os trabalhadores, bem como seus médiuns, são pessoas comuns que primam pelo estudo das obras básicas codificadas por Allan Kardec, além de outras complementares de autores espíritas, sérios e consagrados.

Por tudo isso, e outras particularidades, seria de bom alvitre que os profissionais de comunicação, antes  de publicar notícias religiosas,tivessem a humildade de consultar as entidades representativas de cada religião para disseminarem a verdade."

http://www.forumespirita.net/fe/outros-temas/no-espiritismo-nao-existe-'pai-de-santo'/#ixzz1tWJhG2GT