A Pomada Vovô Pedro é
uma pomada de uso tópico originalmente
distribuída por entidades espíritas do
estado brasileiro de Minas Gerais,
a título de assistência espiritual.
A sua fórmula foi
recebida por meio da psicografia do médium João Nunes
Maia em 1972, por uma entidade
espiritual que, na ocasião, se identificou apenas como "Vovô Pedro".
De acordo com a história, a entidade espiritual deixou uma importante
observação: "O preço desse medicamento deverá ser um, apenas um: DEUS
LHE PAGUE"[1].
Quinze anos mais tarde, durante uma visita ocasional à Biblioteca Pública de
São Paulo, ao folhear uma enciclopédia, o médium identificou na figura de Franz Anton Mesmer, cientista que viveu no século XVIII e que estudou o magnetismo
animal, o espírito que lhe transmitira a fórmula.
A fórmula é baseada
em extratos de erva-de-bicho ("Polygonum punctatum"), ipê-roxo ("Tecoma araliacea"), calêndula ("Calendula officinalis"), tuia ("Thuya occidentalis"), própolis, tintura decondurango ("Gonobulus condurango"),
empregando vaselina e lanolina como veículo.[2][3].
Chico Xavier,
a partir da década de
1980, foi um dos divulgadores da pomada, que a população emprega
genéricamente em casos de dermatites, úlceras,
dores musculares, contusões,
entre outras.
Referências:
1. ↑ Escola do
Evangelho Allan Kardec: Surgimento da Pomada Vovô Pedro acessado em 13 de agosto de 2010
2. ↑ Pomada Vovô
Pedro é tema de conclusão de curso, site O
Consolador, Revista Semanal de Divulgação Espírita
3. ↑ Análise dos componentes presentes na "Pomada do
Vovô Pedro" - Anais do 7° Congresso de iniciação científica da
Universidade do Vale do Sapucaí pg. 70 -
acessado em 14 de Agosto de 2010
Portal do Espírito
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Como surgiu a Pomada Vovô Pedro
Da Redação do
Correio Fraterno do ABC
Publicamos na edição passada um resumo da história
que envolve a Pomada Vovô Pedro, e o jornal "Sementes de Luz" teve
a gentileza de nos presentear, agora, com um folheto que traz a história
completa, em cuja página de rosto traz uma foto impactante que vamos usá-la,
com a devida vênia, para ilustrar essa contextualização:
O Centro Espírita Campos Vergal da Colônia de
Hansenianos Santa Izabel, em Betim, na Grande BH, regurgitava de internos.
Seu Diretor, o "Pipoca", como todos o chamavam, extraordinário Espírito,
espírita, não cabia em si de contentamento. Afinal, não se tinha notícia do
lançamento de um livro em uma colônia de hansenianos, muito menos no Centro
Espírita de uma delas.
À frente, sucediam-se os oradores, ressaltando a
importância do fato. À mesa, ao lado do Pipoca, de cenho fechado, o médium
João Nunes Maia e uma pilha do livro "Além do Ódio", um romance que
lhe fora ditado pelo Espírito Sinhozinho Cardoso, cujo enredo se baseia em
episódio da época da escravatura.
Nunes Maia ali estava a pedido do Espírito
Niquinha, personagem do romance que, na trama, desencarna ali em virtude do
mal de Hansen e que lhe pediu que fizesse o lançamento ali, por ocasião de um
desdobramento do médium. João Nunes Maia estava visivelmente preocupado. Dois
eram os motivos de sua preocupação. O primeiro porque jamais teria coragem de
cobrar os 105 livros que levara para o lançamento, o segundo era que estava
precisando do dinheiro para pagar a edição e providenciar a edição de outros
livros que "reclamavam" divulgação, já prontos para entrar no
prelo. Além disso, via à sua frente mais de quatrocentos irmãos hansenianos.
Como resolver esse problema se levara apenas 105 livros?
Pipoca, certamente acionado por algum amigo
espiritual, falou-lhe ao ouvido. Não se preocupe! Conheço todos que aqui
estão. Dê apenas um livro a cada família! Que alívio. Foi como se uma aragem
fresca inundasse os pulmões do médium "Como não pensei nisto?"
Voltou-se, emocionado, para o Pipoca, e apertou-lhe significativamente o
braço esquálido e já macerado pela insidiosa enfermidade, que contudo,
recebera a manifestação de carinho como benção do Mais Alto.
Finda a reunião Pipoca informou aos presentes o
sistema a ser adotado para a doação e o autógrafo nos livros. Organizasse a
fila, o médium subscreve dedicatória. A pilha de livros vai baixando... Nunes
enruga de novo a testa. Mas, oh "Bondade Divina", ao subscrever o
último volume que levara a fila já não existia. A matemática do Alto
funcionou, levara 105 volumes do seu romance "Além do Ódio" e 105
eram as famílias que estavam presentes no evento.
Pipoca sorria ao seu lado: o belo sorriso dos
justos, dos bons. Nunes enlaçou-o num abraço cheio de vibrações, que, também,
envolvia os demais, seus olhos, mesmo inundados de lágrimas, visualizaram o
Espírito Niquinha, envolto em luz etérea, a sorrir-lhe agradecida.
Parecia que, com o episódio da doação dos livros, a
cota de emoção espiritual do dia estava esgotada. Ledo engano.
No palco do Centro Espírita Campos Vergal,
conversavam animados Nunes Maia, Pipoca e outros confrades prestes a
despedir-se também.
Ao volver o olhar para o salão, João Nunes Mais
registrou indescritível espetáculo espiritual. Pelos lados do auditório do
Centro Espírita, à direita e à esquerda, adentravam Espíritos de escravos,
envergando roupas próprias da época da escravatura, época essa tão bem
descrita no livro que acabara de doar. Pelo centro do salão vinham adentrando
Sinhozinho Cardoso, autor do livro, Niquinha e outros personagens da Obra,
que seguiam o Espírito Miramez, que se postava à frente, ladeado por um outro
Espírito, que não era do conhecimento do médium. O desconhecido trajava um
casaco comprido e sua postura denotava grande elegância e envergadura moral.
Novamente, o salão do "Campos Vergal" estava lotado, agora, porém,
por desencarnados. Enquanto todos procuravam um lugar para sentar, Miramez e
o Espírito de casaco longo se aproximaram de Nunes Maia e o desconhecido
disse:
- Aqui estou para desincumbir-me de compromisso
secular com Jesus, o Cristo, e com Deus, Nosso Pai Maior. Peço-lhe que anote
uma receita que vou ditar-lhe e que irá aliviar ou mesmo eliminar os males de
tantos e tantos - como este, indicando o Pipoca e outros internos da
"Santa Izabel" e de um sem número de outras enfermidades, principalmente
da pele.
Nunes Maia, um tanto aturdido, recolhe do chão uma
folha de papel, que havia servido para embrulhar um pacote do livro
"Além do Ódio" e a um canto se põe a anotar, emocionado, os
ingredientes da receita. Ao fim do ditado, aguarda a identificação do Espírito,
de tão elevada envergadura, quando da assinatura da receita. Com uma
fisionomia insondável conquanto alegre, ele diz, simplesmente, Vovô Pedro.
Ante a surpresa estampada no rosto do médium, o
Espírito aduz:
- É preferível que as coisas simples tenham nomes
simples. Uma observação, porém; o preço deste medicamento deverá ser um e
apenas um - "Deus LHE PAGUE".
Cumprimentando-o à maneira da época de sua última
encarnação, o Espírito, nimbado de luz, despede-se e se volta para
retirar-se. Miramez dirige ao médium significativo olhar e lentamente, todos
os Espíritos se retiram do salão, logo após.
Com o precioso papel na mão, novamente envolto em
elevadas vibrações, Nunes Maia se aproxima do grupo em animada conversa.
Antes, porém, rebusca a memória, procurando a identidade daquele Espírito tão
agradável quanto elevado. Lembra-se, finalmente: "Mesmer!" Aquele
Espírito era Mesmer, o extraordinário advogado, teólogo, doutor em Filosofia
e Medicina que assombrara o mundo com as curas através do que chamou
"magnetismo animal", ao fim do século XVIII. Era Mesmer que,
também, está citado no livro "Além do Ódio" e que encontrou naquele
abençoado dia a vibração propícia para ditar-lhe a receita da hoje afamada
"Pomada do Vovô Pedro", que tanto bem vem semeando no Brasil e além
fronteira pelo preço combinado: "Deus Lhe Pague".
(Publicado no Correio Fraterno do ABC Nº 368 de
Setembro de 2001)
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