Por Richard
Simonetti
1 - É possível eliminar, com a fé, um problema de saúde cármico?
R. Os débitos cármicos pedem duas moedas para serem resgatados. a dor e o amor. no primeiro caso, o mal praticado se volta contra nós, a partir de desajustes perispirituais que se refletem no corpo, dando origem a enfermidades variadas. No segundo, as consequências são neutralizadas pela prática do bem, que é o amor em ação.
2 - Um homem sofre crônica úlcera gástrica, que resiste a todos os tratamentos. Começa a frequentar um Centro Espírita. Fervoroso, submete-se aos passes magnéticos e alcança a sonhada cura. Não foi curado pela fé?
R. Sem dúvida, mas não eliminou o carma, que tenderá a manifestar-se em outro problema físico, até que resgate seu débito.
3 - E se o beneficiário do passe, após alcançar a cura, continua saudável, sem experimentar novos males?
R. Aqui deveríamos considerar a
possibilidade de que se esgotou a dívida que o produziu.
4 - Há outra possibilidade?
4 - Há outra possibilidade?
R. Há certos problemas de saúde cuja
origem é comportamental. O homem, por exemplo, que tem uma úlcera gástrica
provocada por excessos alimentares. Fervoroso, submete-se ao passe magnético e
cura-se, ao mesmo tempo em que se dispõe a ser mais comedido na alimentação. Eliminada
a causa presente, o mal não voltará.
5 - Por que, então, cultivar a fé, já que seremos beneficiados de acordo com nossas iniciativas?
R. Deus é justiça, dando a cada um
segundo seus méritos, mas é também misericórdia, amenizando os nossos
padecimentos quando impostos pelo passado, ou ajudando-nos a superá-los quando
decorrentes do que fazemos no presente. A fé é a evocação da misericórdia
Divina.
6 - Se a pessoa cultivar a fé, que a habilita à misericórdia, a prática do bem que neutraliza os efeitos do passado delituoso, e o comportamento comedido que evita a incidência de novos problemas, poderá viver sem dores?
R. Nem sempre. Há débitos cármicos
que podem ser reduzidos e amenizados com a prática do bem, mas não podem
dispensar o concurso da dor, geralmente por opção do próprio indivíduo antes de
reencarnar, quando tinha uma visão mais objetiva de seus problemas.
7 - Poderia citar um exemplo?
R. A pessoa nasce sem os dois braços,
em face de comprometimentos com a violência. Neste caso, a prática do bem, e a
fé, amenizarão sua situação, colocando-a em comunhão com a espiritualidade
maior, mas não evitarão o constrangimento de uma existência com grandes
limitações.
8 - Prevalece, então, a dor como instrumento de resgate?
R. No atual estágio evolutivo é
linguagem que o homem entende melhor, que o sensibiliza, despertando a vocação
religiosa. Na medida em que a fé se instalar no coração humano, a exprimir-se
como a consciência da presença de Deus e a disposição para cumprir seus
desígnios, a dor se retrairá.