sábado, 12 de maio de 2012

Religião - A Fé e o Carma


Por Richard Simonetti

1 - É possível eliminar, com a fé, um problema de saúde cármico?

R. Os débitos cármicos pedem duas moedas para serem resgatados. a dor e o amor. no primeiro caso, o mal praticado se volta contra nós, a partir de desajustes perispirituais que se refletem no corpo, dando origem a enfermidades variadas. No segundo, as consequências são neutralizadas pela prática do bem, que é o amor em ação.

2 - Um homem sofre crônica úlcera gástrica, que resiste a todos os tratamentos. Começa a frequentar um Centro Espírita. Fervoroso, submete-se aos passes magnéticos e alcança a sonhada cura. Não foi curado pela fé?
 
R. Sem dúvida, mas não eliminou o carma, que tenderá a manifestar-se em outro problema físico, até que resgate seu débito.

3 - E se o beneficiário do passe, após alcançar a cura, continua saudável, sem experimentar novos males?

R. Aqui deveríamos considerar a possibilidade de que se esgotou a dívida que o produziu.

4 - Há outra possibilidade?

R. Há certos problemas de saúde cuja origem é comportamental. O homem, por exemplo, que tem uma úlcera gástrica provocada por excessos alimentares. Fervoroso, submete-se ao passe magnético e cura-se, ao mesmo tempo em que se dispõe a ser mais comedido na alimentação. Eliminada a causa presente, o mal não voltará.

5 - Por que, então, cultivar a fé, já que seremos beneficiados de acordo com nossas iniciativas?

R. Deus é justiça, dando a cada um segundo seus méritos, mas é também misericórdia, amenizando os nossos padecimentos quando impostos pelo passado, ou ajudando-nos a superá-los quando decorrentes do que fazemos no presente. A fé é a evocação da misericórdia Divina.

6 - Se a pessoa cultivar a fé, que a habilita à misericórdia, a prática do bem que neutraliza os efeitos do passado delituoso, e o comportamento comedido que evita a incidência de novos problemas, poderá viver sem dores?

R. Nem sempre. Há débitos cármicos que podem ser reduzidos e amenizados com a prática do bem, mas não podem dispensar o concurso da dor, geralmente por opção do próprio indivíduo antes de reencarnar, quando tinha uma visão mais objetiva de seus problemas.

7 - Poderia citar um exemplo?

R. A pessoa nasce sem os dois braços, em face de comprometimentos com a violência. Neste caso, a prática do bem, e a fé, amenizarão sua situação, colocando-a em comunhão com a espiritualidade maior, mas não evitarão o constrangimento de uma existência com grandes limitações.

8 - Prevalece, então, a dor como instrumento de resgate?

R. No atual estágio evolutivo é linguagem que o homem entende melhor, que o sensibiliza, despertando a vocação religiosa. Na medida em que a fé se instalar no coração humano, a exprimir-se como a consciência da presença de Deus e a disposição para cumprir seus desígnios, a dor se retrairá.