Uma onda de criminalidade e matanças vêm invadindo as cidades brasileiras. Encontros e reencontros de desafetos. Espíritos rebeldes e muitas vezes credores da corrupção e dos desmandos públicos estão voltando e agindo como mandam os costumes das coletividades do umbral. O problema não é exclusivamente brasileiro, mas alguns países já conseguiram superar, em parte, a gravidade do assunto.
Tempos
atrás vimos num documentário da National Geographic um caso envolvendo duas
famílias inimigas na Turquia que vinham se destruindo há mais de cem anos, numa
horrível escala de assassinatos entre seus membros.
Recentemente,
provavelmente por inspiração dos mentores familiares, já esgotados em seus
esforços de exortação moral, apelou-se por uma solução prática. Os anciãos das
duas famílias reuniram para firmar um acordo e botar fim nas mortes, atingindo
a raiz do problema: o ódio e a vingança.
Para neutralizar esses sentimentos arraigados há décadas, eles decidiram
promover um casamento entre os membros das duas famílias. Foram
escolhidos um rapaz de 26 anos e uma menina de apenas 13 anos. Questionada
sobre sua escolha, a menina declarou que aceitava a tarefa com muita honra e se
sentia muito feliz por contribuir com o fim daquelas mortes.
Num
cálculo simbólico e político, para um determinado número de perdas ocorridas
entre as duas famílias nas décadas passadas deveria nascer da união do casal
escolhido uma quantidade determinada de filhos. Vidas novas.
Espíritos que antes se repudiavam agora se atraem pela força sagrada do
sexo, esperançosos na experiência do recomeço. Com sangue misturado,
harmônicos, neutralizam a química do ódio e o impulso da vingança. Ressurreição
pura pelas vias da reencarnação.
Fábio Guibu.