Ergue-se a dor como
um fantasma ameaçando as nossas horas mais felizes.
Desde o princípio dos tempos, nas mais variadas culturas, a dor sempre foi vista como um castigo dos céus.
E, atualmente, nós espíritas somos vistos como “pessoas
tristes, que gostam de sofrer, porque afirmamos ser o sofrimento um degrau para
o aperfeiçoamento do espírito, garantindo-nos a felicidade celestial. Por isso
aceitamos o sofrimento como uma cruz que devemos carregar, abençoando a
oportunidade que Deus nos oferece”.
É importante que desfaçamos esta imagem. Em primeiro lugar não somos “pessoas tristes”, talvez tentamos ser “pessoas mais responsáveis” porque aprendemos com a Doutrina Espírita a valorizar a Vida e o Tempo que nos é dado a viver, não desperdiçando-o, portanto, em alegrias e ilusões fugazes.
É importante que desfaçamos esta imagem. Em primeiro lugar não somos “pessoas tristes”, talvez tentamos ser “pessoas mais responsáveis” porque aprendemos com a Doutrina Espírita a valorizar a Vida e o Tempo que nos é dado a viver, não desperdiçando-o, portanto, em alegrias e ilusões fugazes.
Em segundo lugar, compreendemos a função da dor, não como
castigo, mas como fator de reajuste diante das leis divinas do Amor, Justiça e
Caridade as quais violamos através de nossas múltiplas vidas.
Vejamos o que nos diz Leon Denis no livro “O problema do Ser, do Destino e da Dor”:
Vejamos o que nos diz Leon Denis no livro “O problema do Ser, do Destino e da Dor”:
“Fundamentalmente, considerada, a dor é uma lei de equilíbrio
e educação...” “O sofrimento não é, muitas vezes, mais do que a repercussão das
violações da ordem eterna cometidas; mas, sendo partilha de todos, deve ser
considerado como necessidade de ordem geral, como agente de desenvolvimento,
condição do progresso. Todos os seres têm de, por sua vez, passar por ele. Sua
ação é benfazeja para quem sabe compreendê-lo...”
“Epicteto dizia: “As coisas são apenas o que imaginamos que
são.”
“Assim, pela vontade podemos domar, vencer a dor ou, pelo
menos, fazê-la redundar em nosso proveito...”...”
“A idéia que fazemos da felicidade e da desgraça, da alegria
e da dor varia ao infinito segundo a evolução individual.
A alma pura, boa e sábia não pode ser feliz à maneira de uma alma vulgar. O que encanta uma, deixa a outra indiferente...” “É muito difícil fazer entender aos homens que o sofrimento é bom...”
A alma pura, boa e sábia não pode ser feliz à maneira de uma alma vulgar. O que encanta uma, deixa a outra indiferente...” “É muito difícil fazer entender aos homens que o sofrimento é bom...”
Para quebrar o estreito círculo do individualismo, “para que
todas as virtudes se expandam à luz, é necessária a dor. A tristeza e o
sofrimento fazem-nos ver, ouvir, sentir mil coisas, delicadas ou fortes, que o
homem feliz ou o homem vulgar não podem perceber”.
E, parece-nos que a moderna psicologia confirma tais
conceitos, porquanto, há dias, no jornal “O Globo”, lemos um artigo assinado
por duas psicólogas – Dras. Lenise Brandão e Maria Belas, ambas com
especialização em psicoterapia e atualização em tanatologia e psico-oconlogia,
e do qual assinalamos os seguintes trechos:
“Até hoje nos habituamos a pensar a doença apenas em sua
negatividade, como algo que de súbito nos ataca, desorganizando nossa vida.
Desta forma, colocamo-nos como vítimas do destino e aguardamos que um
profissional restabeleça a nossa saúde, intervindo de fora em nosso organismo.
Em outras palavras, não assumimos a responsabilidade pelo
nosso adoecimento nem nos comprometemos realmente com a nossa cura. Uma nova
proposta visa a resgatar a positividade da doença, na medida que esta passa a
ser encarada como uma possibilidade de REFLEXÃO E REORGANIZAÇÃO...”
“Muitas vezes a doença força uma parada no ritmo acelerado,
na rotina quase mecânica do nosso dia a dia. E com essa parada nos damos tempo
para pensar e nos questionar em pontos importantes de nossas vidas que haviam
ficado esquecidos ou vinham sendo protelados. Parece mesmo que quanto maior a
gravidade da doença e a sua às nossas vidas, mais profunda é a nossa reflexão e
mais nos tornamos abertos a realizar mudanças em nós mesmos, em nossos
relacionamentos e em nossa maneira de viver; PASSAMOS A BUSCAR O QUE NOS É
ESSENCIAL (grifos nossos)”
“Questões fundamentais emergem: “O que eu fiz na minha vida até agora?”
O que me realizou como pessoa?
O que me fez (ou faz) mal? O que me falta?” Começamos a
avaliar a nossa vida ou, melhor dizendo, a maneira como temos conduzido a nossa
vida até o nosso momento presente. E é nesse processo de avaliação que podemos
começar a entender a nossa doença – não mais como algo estranho tomando-nos de
assalto, mas como algo de alguma forma, ligado às nossas experiências, ao que
nós vivemos até este momento, às atitudes que mantivemos diante da vida, dos
outros e de nós mesmos.”...” E ao entendermos de que maneira participamos do
nosso adoecimento, podemos fazer o caminho inverso e participar da nossa cura,
não apenas através da escolha consciente do tratamento, mas da reorganização de
nossas vidas.
Quando mudamos internamente como pessoas, o que inclui
mudança de atitudes, sentimentos, crenças e valores, mudamos a nossa vida,
alcançando um nível de bem estar até então desconhecido, o que repercute
favoravelmente...” Ao invés de encararmos a doença como nossa inimiga, podemos
percebê-la como um sinal de que estamos ultrapassando nossos limites...”
A você que nos lê pedimos que substitua a palavra “Doença” por Dor, porquanto em nós funcionam de maneira idêntica – nos fazem sofrer. E agora indagamos:
Leon Denis tem ou não tem razão?
VAMOS ESTUDAR MAIS A DOUTRINA ESPÍRITA CODIFICADA POR ALLAN KARDEC.
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