segunda-feira, 14 de maio de 2012

Prefácio do Evangelho Segundo o Espiritismo


Esta mensagem, extraída do prefácio do "Evangelho Segundo o Espiritismo", resume o verdadeiro caráter do Espiritismo, que é a doutrina dos Espíritos. Se a Doutrina Espírita fosse de concepção puramente humana, não ofereceria por penhor senão as luzes daquele que a houvesse concebido. Quis Deus que a nova revelação chegasse aos homens por caminho mais rápido e mais autêntico. Incumbiu, pois, os Espíritos de levá-la de um pólo a outro, manifestando-se por toda a parte, sem conferir a ninguém o privilégio de lhes ouvir a palavra. Um homem pode ser ludibriado, pode enganar-se a si mesmo; já não será assim, quando milhões de criaturas vêem e ouvem a mesma coisa. Constitui isso uma garantia para cada um e para todos. Ao demais, pode fazer que desapareça um homem; mas não se pode fazer que desapareçam as coletividades; podem queimar-se os livros, mas não se podem queimar os Espíritos.
São, pois, os próprios Espíritos que fazem a propagação, com o auxílio de inúmeros médiuns que, também eles, os Espíritos, vão suscitando de todos os lados. Se tivesse havido unicamente um intérprete, por mais favorecido que fosse, o Espiritismo mal seria conhecido. Qualquer que fosse a classe a que pertencesse, tal intérprete houvera sido objeto das prevenções de muita gente e nem todas as nações o teriam aceitado, ao passo que os Espíritos se comunicam em todos os pontos da Terra, a todos os povos, a todas as seitas, a todos os partidos, e todos os aceitam. O espiritismo não tem nacionalidade e não parte de nenhum culto existente; nenhuma classe social o impõe, visto que qualquer pessoa pode receber instruções de seus parentes e amigos de além-túmulo.
Os ensinamentos dos Espíritos dirigem-se a todas as raças da Terra. Os Espíritos proclamam, por toda a parte, os princípios em que ela se apóia. Por todas as regiões do globo perpassa a grande voz que convida o homem a meditar em Deus e na vida futura. Acima das estéreis agitações e das discussões fúteis dos partidos, acima das lutas de interesse e do conflito das paixões, a voz profunda desce do espaço e vem oferecer a todos, com o ensinamento da palavra, a divina esperança e a paz do coração.
A humanidade conheceu as três revelações divinas que possibilitaram seu progresso moral e espiritual. Moisés foi o eleito para divulgar e implantar a primeira revelação, conhecida como Lei de Justiça. Jesus Cristo veio a seguir divulgar e implementar a segunda revelação, que é a Lei de Amor. Em 1855, Hippolyte Léon Denizard Rivail, utilizando o pseudônimo “Allan Kardec”, iniciou a codificação e divulgação da terceira revelação: a Doutrina dos Espíritos.
O Espiritismo, nome dado por Kardec à doutrina dos espíritos, se expressa como ciência, filosofia e religião. Os aspectos científicos e filosóficos, aliados à fé raciocinada, possibilitam um campo extenso para a investigação, comprovação e assimilação de novos conceitos, teorias científicas e intelectuais que possibilitam o progresso da humanidade.
O aspecto religioso, por sua vez, de foro íntimo, possibilita a ligação da criatura com o Criador, mediante o esforço individual de cada ser humano em superar as suas fraquezas e maus comportamentos, que o impedem de evoluir moralmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário